Indicado como candidato a deputado estadual pelo PCdoB em convenção realizada na semana passada, o vereador José Walter Tavares, de São Bernardo, cobra aportes político e financeiro para campanha, ameaçando até desistir da empreitada caso não tenha respaldo da cúpula paulista da sigla.

“Disputar por disputar eu não quero. Sair candidato deste jeito eu já fiz, em 2010, dei minha contribuição. Agora quero sair para brigar e ir para as cabeças”, adiantou o comunista. “Precisamos resolver isso até segunda-feira. Não há mais prazo para ficar nesse debate”, emendou, lembrando que a documentação de candidatos na eleição de outubro precisa ser encaminhada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até segunda-feira.

Em 2010, Tavares foi postulante a uma cadeira na Assembleia Legislativa e recebeu 14.557 votos – foi o oitavo mais votado do partido, longe de vaga no Legislativo estadual. O PCdoB atualmente tem três deputados estaduais: Leci Brandão, Alcides Amazonas e Sarah Munhoz (todos com base eleitoral na Capital).

O candidato com projeto regional do PCdoB ao Parlamento paulista será Atila Jacomussi, ex-superintendente da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá).

Além de não ser o nome prioritário da sigla no Grande ABC, Tavares também mostra preocupação com o caminho que a direção estadual do PCdoB pretende tomar. Nesta semana, o presidente paulista do partido, o ex-ministro do Esporte Orlando Silva, ameaçou romper com o PT, que lançará o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha ao Palácio dos Bandeirantes.

Orlando Silva reclamou do tratamento dado por petistas ao PCdoB e sinalizou apoio ao PMDB, que terá o presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) Paulo Skaf como postulante ao governo do Estado. “Pode ser que coisas mudam, a política é assim”, discorreu Tavares, que, apesar das ameaças, deve mesmo ser candidato pela legenda.