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Alzheimer é um mal
silencioso, diz especialista

Mal neurodegenerativo provoca comprometimento
das funções intelectuais e altera o comportamento

Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
21/09/2013 | 07:00
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Divulgação


O esquecimento não deve ser encarado como algo comum na terceira idade. Em muitos casos, isso pode ser sinal de Alzheimer, doença neurodegenerativa que provoca o comprometimento das funções intelectuais, alterando o comportamento e a personalidade do indivíduo. Hoje é celebrado o Dia Mundial do Alzheimer, data instituída pela OMS (Organização Mundial da Saúde) com o objetivo de promover a conscientização da população sobre a doença.

“O Alzheimer se manifesta de acordo com a região cerebral acometida, mas classicamente a perda de memória, principalmente para fatos recentes, tende a ser o primeiro sintoma percebido”, explicou o neurologista e professor afiliado da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) Rudá Alessi.

O especialista afirma que outros sintomas são dificuldade e lentidão para a realização de tarefas habituais (como trocar de roupa, arrumar a casa e cozinhar), problemas de planejamento, desorientação do espaço (podendo o paciente se perder ao realizar trajetos previamente conhecidos), depressão, apatia, ansiedade, dificuldades de linguagem e até delírios (principalmente relacionados a medo de estar sendo roubado ou perseguido).

Para o neurologista, a doença é considerada silenciosa. “Nas fases iniciais, o quadro de perda de memória recente ou alteração do humor pode parecer mínimo e ser relegado tanto pela família como pelo paciente, ou até mesmo ser aceito como algo normal do envelhecimento. Quando o paciente ou a família procura auxílio médico, o quadro já apresenta alguns anos de evolução”, explica.

Segundo a Abraz (Associação Brasileira do Alzheimer), cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem atualmente com Alzheimer no Brasil. De acordo com Alessi, estima-se que até 5% das pessoas após os 65 anos apresentem o quadro.

SEM AÇÕES

Apesar de a OMS tratar o dia de hoje como data para alertar sobre os males da doença, não haverá atividades específicas em referência à data na região. Diadema e Mauá informaram que não terão ação temática.

Santo André disse que iniciou na segunda-feira o Ciclo de Atualização em Doenças Crônicas Prioritárias, com ênfase na população idosa. Segundo a administração municipal, será realizada palestra sobre Demência e Depressão, ministrada pela médica Elisabete Mortari, nos dias 1º e 10 de outubro.

As demais cidades do Grande ABC não divulgaram nenhuma campanha de conscientização sobre a doença.

PREOCUPAÇÃO

A avó do produtor de eventos Gustavo Henrique Rossi, 32 anos, Sônia Leonor Rossi, 73, foi diagnosticada com Alzheimer há quatro anos. Desde então, toda a família adota medidas e cuidados especiais para preservá-la de males causados pela doença.

“Nosso maior medo é que ela saia sem saber para onde vai e se perca. Por conta disso, sempre colocamos placas e cartões com identificações na bolsa dela. Atualmente, a família paga uma cuidadora durante o horário comercial, quando não há ninguém em casa, para fazer comida e ficar com ela. Nossa preocupação é que ela esqueça o gás aberto ou o fogo ligado. É perigoso deixá-la sozinha”, disse.

Para Rossi, a família padece junto com o doente que tem Alzheimer, já que é preciso lidar com possíveis casos de agressividade e delírios. 




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