Depois de 25 dias de bombardeios aéreos, o exército penetrou na Chechênia dia 1 de outubro e, a custo de combates às vezes violentos, tomou posiçao na margem norte do rio Terek, que atravessa a república rebelde de oeste a leste a 30 km ao norte da capital, Grozny.

As tropas russas ocupam um terço do norte da república, uma zona relativamente plana, cujo relevo contrasta com o sudeste do território, essencialmente montanhoso.

A decisao de atacar a Chechênia foi tomada depois de dois ataques islamitas em agosto e setembro contra o Daguestao e dos atentados que deixaram um resultado, na Rússia, de 293 mortos em setembro.

Os russos acham que a Chechênia se converteu, depois da guerra de 1994-96, em base para os "terroristas" armados e financiados por organizaçoes islamitas estrangeiras.

Em alguns dias, os bombardeios e os combates produziram centenas de mortos entre os civis, segundo Grozny, e provocaram o êxodo de 130.000 refugiados, principalmente para a vizinha Ingushétia, onde as autoridades já falam de "catástrofe humanitária".

O ataque russo também teve como efeito reunificar os chechenos divididos: o presidente separatista Aslan Masjadov, depois de ter rejeitado durante meses os rebeldes islamitas, reintegrou-os a seu exército.

Técnicos militares, citando generais que nao quiseram divulgar o nome, mostram-se pessimistas. Estabelecer um "cordao de segurança" ao longo de 600 km de fronteira, como quer o primeiro-ministro Putin, é praticamente impossível.

Segundo oficiais russos, uma invasao da Chechênia corre o risco de se transformar em desastre militar, levando também em conta os pontos débeis do exército russo.