Setecidades Titulo Lixo será transformado em combustível
Diadema cede área para Sabesp construir usina de tratamento de lixo

Terreno no Jardim Inamar vai abrigar planta industrial que deve iniciar operação em 2022

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
14/10/2020 | 00:01
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Divulgação/PMD


A Prefeitura de Diadema e a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) formalizaram ontem a cessão de área para instalação da Usina de Recuperação de Energia de Resíduos Sólidos Urbanos. A medida faz parte do acordo assinado em junho, assegurando à companhia o direito de gerir os resíduos sólidos da cidade por período de 40 anos. O contrato prevê prestação de serviços de tratamento e destinação final do lixo no município e é o primeiro firmado pela Sabesp para a disposição adequada dos resíduos sólidos. O acordo não inclui a coleta, que continuará a cargo da Prefeitura.

Segundo a administração, a assinatura consolida o primeiro passo para que a Sabesp possa dar entrada ao processo de licenciamento. O projeto prevê a construção de planta industrial de tratamento de resíduos, onde será feita a separação de materiais recicláveis, transformando o lixo orgânico em CDR (Combustível Derivado de Resíduo). A parte reciclável, por sua vez, será destinada a uma central de triagem e aproveitada por cooperativas de catadores de lixo. A obra será realizada na Avenida Pirâmide, no Jardim Inamar, em área utilizada atualmente pelo DLU (Departamento de Limpeza Urbana).

Segundo a Sabesp, o CDR poderá ser comercializado para abastecimento de fornos industriais ou ser destinado para a geração de energia elétrica. Neste caso, a capacidade de geração é de até 140 GWh/ano, suficientes para atender uma cidade com 270 mil habitantes – Diadema tem atualmente 426.757 moradores. A previsão é que o projeto entre em operação a partir de dezembro de 2022. 

A Sabesp alega que a transformação do CDR em energia reduz a produção de chorume (líquido proveniente da matéria orgânica em decomposição) e a emissão de metano. Para Diadema, o tratamento do lixo diminui o volume de material e vai poupar os aterros sanitários. Atualmente, todo resíduo que não é reciclado na cidade é destinado para um aterro privado em Mauá.

O acordo entre Prefeitura de Diadema e Sabesp prevê também que a cobrança da taxa do lixo do município seja transferida do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) para a conta de água e esgoto emitida pela Sabesp. Com essa receita, a companhia vai contratar um operador para fazer a disposição dos rejeitos e a comercialização de recicláveis e do CDR e/ou energia. Ainda de acordo com a companhia, a contratação do operador será feita por meio da formação de uma SPE (Sociedade de Propósito Específico), formada por Sabesp e um parceiro privado. 

A seleção será feita por chamamento público, nos termos do regulamento interno de licitações e contratações da companhia. Assim, será selecionado um ou mais sócios que reúnam capacidade de investimento, experiência para operar a unidade de processamento de resíduo e expertise na comercialização da energia elétrica. A SPE será a única empresa apta a tratar o lixo do município de modo eficiente e transformá-lo em energia. 

A Prefeitura de Diadema explicou que a cessão onerosa da área na Avenida Pirâmide se dará mediante “a integralização do capital da empresa a ser constituída com a Sabesp e a iniciativa privada, cujo objetivo será o tratamento e a destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos” da cidade. A Sabesp vai construir na área a central de triagem para as cooperativas.




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