Usuários da UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim Primavera, em Mauá, se reuniram na quarta-feira pela manhã em frente à unidade para protestar contra a demissão de 28 funcionários (23 agentes de saúde, quatro auxiliares de enfermagem e um enfermeiro).

A comunidade não entende a razão das demissões e reclama de suposto despreparo dos profissionais que subsituituíram o grupo demitido na segunda-feira. "Na terça-feira, minha filha veio aqui para tomar remédio na veia e eles furaram quatro vezes o braço dela", conta Neide Santos.

"Não tiveram nenhum treinamento. Tem gente que não sabe nem preencher um prontuário", afirma a vendedora Luzimar de Aguiar Ferreira. "Antes, apesar da demora para se conseguir uma consulta, o atendimento era de qualidade. Todos eram bem preparados e atenciosos", completa.

Os manifestante também disseram que os novos funcionários "não são moradores do bairro e não entendem a situação da comunidade".

Algumas agentes da saúde demitidas também estiveram no protesto e afirmaram que foram obrigadas a assinar uma rescisão de contrato que dizia que estavam sendo desligadas da unidade por não terem o perfil desejado para a função. "A única que não foi mandada embora foi uma gestante. Outro agente que havia sido desligado foi chamado de volta, mas não sabemos o porquê", afirma uma agente que pediu para não ser identificada.

O Diário tentou contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Mauá para saber os motivos da demissão de quase todo o quadro da unidade e fazer os demais questionamentos. Durante toda a quarta-feira, foram feitos vários telefonemas, sem sucesso. Os assessores alegavam que a única pessoa que poderia se pronunciar no setor estava ausente. A reportagem foi impedida de entrar na unidade para falar com os novos funcionários.