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‘Privatização e falta de segurança não vão tirar a F-1 de São Paulo’

Prefeito João Doria diz que contrato até 2020 será cumprido e buscará renovação

Por Dérek Bittencourt
13/11/2017 | 07:00
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André Henriques/DGABC


O futuro do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 está garantido pelo menos até 2020, independentemente dos problemas de Segurança que vieram à tona com assalto e tentativas de roubo a mecânicos e integrantes das equipes e a privatização do autódromo de Interlagos. Quem garante é o prefeito da Capital, João Doria (PSDB).

Na sexta-feira, uma van que levava integrantes da Mercedes foi abordada próximo ao circuito e assaltantes levaram pertences de mecânicos do time alemão. Já na noite de sábado, o carro que transportava pessoal da Sauber foi atingido por outro, ocupado por ladrões, também nos arredores de Interlagos. Neste caso, porém, o motorista conseguiu escapar. O histórico de problemas de Segurança fez com que Lewis Hamilton, tetracampeão mundial, fizesse críticas e pedisse união das equipes para que fosse tomada uma atitude quanto à situação.

“Embora seja responsabilidade do Estado e da Secretaria de Segurança Pública, é também responsabilidade de São Paulo. Pedi reforço no policiamento em toda a área em torno do autódromo, e reforço de policiamento de bases fixas, dia e noite. Isso foi proporcionado. Determinei também reforço da GCM, para aumentar fiscalização, controle e segurança desta área. É triste, lamentável o que ocorreu. Felizmente, não houve pessoa ferida ou situação mais grave, mas é ruim. Temos de extrair disso uma lição e nos próximos eventos em São Paulo aumentar ainda mais a Segurança. Lembrando que a privatização do autódromo vai contribuir para isso, para que tenhamos sistema de segurança não só na parte interna como área externa”, declarou Doria.

No sábado, o brasileiro Felipe Massa admitiu sentir-se envergonhado quando situações como essa aconteciam. O prefeito não aprovou o posicionamento do piloto. “Circunstâncias como essas já ocorreram em outros países do mundo. E nunca ninguém disse que tinha vergonha de ser do país. Já vi roubos de equipamentos dentro de autódromos de primeiro mundo. São circuntâncias que podem acontecer, o que não justifica. Mas entendo a posição do Felipe, muito solidário aos companheiros de outras equipes”, afirmou o político, que não vê motivo para que estes fatos interfiram na manutenção de São Paulo no calendário da F-1. “Não prejudicarão porque haverá atitude. Isso já foi manifestado aos organizadores. Atitude gera confiabilidade. Infelizmente, às vezes um fato ruim ajuda a evitar que novos possam suceder. Temos contrato até 2020 e será respeitado, porque é obrigação daquele que vier a assumir (quando privatizado). E esperamos que possamos renovar por mais dez anos.”

João Doria ainda revelou conversa com o ex-chefão da F-1 Bernie Ecclestone sobre a venda do autódromo. “Reafirmei ao Bernie Eccletsone que a decisão da privatização é irreversível. Vamos levar adiante. Provavelmente nos próximos dez dias teremos aprovação do Tribunal ao recurso que foi impetrado pela Câmara. A liminar foi dada a favor de intervenção que não proíbe ou limita, mas pede esclarecimentos. Tenho convicção de que a Justiça dará essa liberação”, explicou. “E não deixará de ser autódromo. Terá investimentos imobiliáros, até para viabilizar, assim como a complementação de obras necessárias para o conforto dos torcedores que vêm aqui. E também nas partes de Segurança e acessibilidade.”

FAVORÁVEL
Maior nome do Brasil na F-1 pós-Senna, o piloto Rubens Barrichello disse ao Diário ser a favor da privatização de Interlagos. “(Apoio) Tudo o que for feito para melhorar nosso País e que nos dê chance de ver isso como coisa boa. Se for construir só prédios, sou contra. Mas se for construir prédios e manter nosso circuito, promovendo outras situações com segurança e tudo, vale a pena”, posicionou-se.

Vettel vence e abre vantagem para Bottas; Hamilton dá show

O alemão Sebastian Vettel venceu ontem o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1. Em confronto direto com o pole position Valtteri Bottas, o piloto da Ferrari assumiu a ponta logo na largada e não mais a perdeu, abrindo agora 22 pontos de vantagem justamente sobre o finlandês – que terminou em segundo – na luta pelo vice-campeonato de pilotos. Restam 25 pontos em disputa, no GP de Abu Dhabi, dia 26.

“Tive a chance de me espremer por dentro na largada e tentei controlar a corrida daí até o final”, celebrou Vettel. “Meu único objetivo era vencer, então foi muito decepcionante. Perdemos a vitória na largada”, lamentou Bottas.

Kimi Raikkönen completou o pódio, mas por muito pouco não perdeu o posto para o surpreendente britânico Lewis Hamilton. O já consagrado tetracampeão largou dos boxes, da última posição, foi ganhando praticamente uma colocação por volta no início da prova e com show de pilotagem – chegou, inclusive, a liderar a etapa antes de parar nos boxes – terminou em quarto. A dupla da Red Bull, Verstappen e Ricciardo, veio logo atrás, com o brasileiro Felipe Massa, Fernando Alonso e Sérgio Perez completando o top9 quase juntos.

“Foi divertido. Me lembrou um pouco meu tempo no kart. Era rápido o suficiente para ganhar a corrida da pole. Meu objetivo era tentar me redimir após o erro de ontem (sábado) e realmente fazer o time orgulhoso tentando recuperar os pontos”, declarou Lewis Hamilton após a prova. DB

Torcedores da região assistem ‘in loco’ e declaram amor à categoria

Entre as milhares de pessoas que compareceram ao autódromo de Interlagos, obviamente que muitos eram do Grande ABC e declararam amor à F-1.

O coordenador de marketing Henrique Godoy, 34, estava enrolado em bandeira de Santo André. “Não ter brasileiro (piloto) em 2018 será estranho, mas quem gosta seguirá acompanhando. Muita gente fala, mas acho a F-1 competitiva.”

O mercadólogo mauaense Marcus Vinicius da Silva, 33, explicou os motivos de ser fã. “A partir da morte de Senna, descobri que não precisava torcer apenas com o coração, mas gostar de estratégia, engenharia, dos pilotos, do circo, dos circuitos...”, afirmou. DB

Felipe Massa chega em sétimo em adeus e ganha homenagens

Felipe Massa teve nova despedida em Interlagos. Único brasileiro do grid nesta temporada, o piloto deixa a F-1 no fim do ano e sua última corrida em casa pela categoria foi memorável: fez grande largada e completou em sétimo – apenas atrás dos seis carros das equipes grandes –, segurando Alonso e Perez no fim da prova.

Ao passar a linha de chegada, ganhou de homenagem uma mensagem do filho, Felipinho, no rádio. “Pai, estou orgulhoso de você. Onde quer que vá, vou te acompanhar. Adorei sua largada. Te amo.” Depois, ao deixar o carro, emocionado, foi ovacionado pela torcida. “Amo todos vocês”, despediu-se o piloto. DB 




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