O vereador de Rio Grande da Serra Akira Auriani (PSB), considerado inicialmente como integrante da base governista de Gabriel Maranhão (PSDB), prefeito da cidade, se afastou do Executivo ao votar de forma favorável ao pedido de cassação do mandato do tucano na última sessão ordinária da Câmara.

Visto como aliado pela Prefeitura no começo do ano, Akira chegou a ser convidado para ser secretário de Desenvolvimento Econômico do município, mas declinou da proposta. Os parlamentares do PT, Marcelo Cabeleireiro e Benedito Araújo, também votaram para o prefeito ser cassado.

“(O cenário) Ficou um pouco delicado por conta da votação que teve na Câmara. (A decisão) Balançou os dois lados da cidade, por conta da minha opção de centro”, explicou Auriani. “Eu respeito (a decisão de cada um). Hoje, (Akira) não está mais na nossa base do governo”, falou Maranhão.

Mas, mesmo não estando mais na base, Akira não se julga como um vereador de oposição. “Minha ideia não é essa. Não vou estar em cima do muro. Eu não vou me considerar da base (governista). Eu venho de uma nova linha de raciocínio”. “Quero o melhor para a cidade”, completou o vereador.

“A única coisa que pode ser que aconteça (com a atitude tomada) é perder este diálogo com o Executivo. Com a população, o que eu escolhi foi aprovado. As pessoas têm se mostrado positivas com a minha decisão”, disse Akira. De acordo com ele, ainda não foi possível avaliar se haverá danos com os vereadores da Câmara da cidade, mas afirmou saber que o que aconteceu vai enfraquecer o contato com o líder de governo na Casa, Claudinho Monteiro (PSB). “Com o presidente (João Mineiro, do PSDB) eu tenho um bom diálogo, um bom amigo. Agora, também quero manter o diálogo com o prefeito.”

Akira também teve problemas com a oposição da cidade, que, segundo ele, o chamou de golpista. “(Com a votação favorável ao impeachment) Foi possível ver que eu causei um mal-estar dos dois lados”, ressaltou.