Política Titulo Investigação
MPF apura relação Saab-museu
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
07/05/2017 | 07:00
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O MPF (Ministério Público Federal) investiga se a fabricante sueca de caças Saab iria patrocinar o acervo para o Museu do Trabalho e do Trabalhador, idealizado pelo ex-prefeito Luiz Marinho (PT), de São Bernardo, para suposto pagamento de propina.

De acordo com a revista Época, publicada ontem, procuradores federais de São Bernardo encontraram planilhas que ligariam a empresa ao advogado Edson Asarias, amigo do ex-prefeito e com livre trânsito no Paço na gestão de Marinho. Apuração caminha no sentido de que a companhia faria pagamentos mensais a Asarias – inclusive há suspeita de propina – e, em troca, iria adquirir obras para o museu.

Orçado inicialmente em R$ 18 milhões, o museu iria contar a história fabril da cidade. Teria amplo espaço para tratar das grandes greves sindicais, que projetaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), padrinho político de Marinho. O museu nunca foi entregue e virou alvo de investigação do MPF depois que o Diário mostrou que a empreiteira responsável pela obra, a Construções e Incorporações CEI, usava um laranja no quadro societário. A denúncia desencadeou a Operação Hefesta, que levou empresários e secretários de Marinho à prisão no fim do ano passado.

Foi nesta operação que os documentos foram apreendidos – na casa de Osvaldo de Oliveira Neto, ex-secretário de Cultura. Marinho sempre fez lobby a favor da Saab quando Lula anunciou que a União iria comprar caças – foi à Suécia e projetou construção de centro de produção de peças às aeronaves em São Bernardo.

As planilhas mostravam que Asarias recebeu R$ 1,5 milhão, entre 2010 e 2016, em contrato de marketing com a Saab. À Época, ele admitiu prestar serviço advocatício à empresa, mas negou irregularidades. Lula foi ouvido na condição de testemunha pelo MPF. Marinho refutou ter pedido dinheiro para o acervo do museu. 




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