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Rhodia começa a erguer fábrica em Sto.André em até 60 dias
Fabiana Cotrim
Da Redaçao
20/06/2000 | 00:12
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  Em até 60 dias, a Rhodia começará a erguer uma nova fábrica dentro da unidade poliamidas, de Santo André, para produzir dipping, processo de resinagem superficial em telas que permite a aderência da borracha. A construçao da unidade consumirá US$ 8 milhoes que já fazem parte dos US$ 90 milhoes que o grupo investirá na regiao até 2005 e deverá entrar em funcionamento em 2002.

Os consumidores do dipping sao, principalmente, as indústrias de pneus. "Atualmente a produçao é realizada pelas fabricantes de pneus. Mas nossa expectativa é de que a Rhodia passe a realizar 100% dessa atividade", disse o presidente do setor de poliamidas para a América do Sul, Alberto Pedrosa.

Outros US$ 90 milhoes serao aplicados pela empresa nos próximos cinco anos no país na modernizaçao de equipamentos, desenvolvimento de novos artigos e ampliaçao de sua capacidade produtiva para atender à demanda de crescimento no setor de fios têxteis e industriais. O projeto total desses investimentos, incluindo as unidades de Santo André e Sao Bernardo, será divulgado nos próximos dias.

A planta de plásticos, em Sao Bernardo, está entre as prioridades do grupo. Ali fica concentrada toda a produçao de plásticos industriais da Rhodia no Brasil. De acordo com Pedrosa, a capacidade de 20 mil toneladas por ano está quase no limite e deve ser ampliada em 50% nos próximos cinco anos. "Estamos esperando um crescimento entre 7% e 10% ao ano. Para atender às necessidades do mercado, que consome toda a produçao, teremos de investir em Sao Bernardo. Porém, ainda nao temos a quantia que será destinada à fábrica."

Segundo o executivo, nao há estudos para a construçao de uma nova planta no município. "A Rhodia vai aumentar a capacidade de produçao, com a modernizaçao dos equipamentos e dos processos industriais." Em 2002, disse Pedrosa, a unidade poderá ainda receber um investimento entre US$ 20 milhoes e US$ 30 milhoes para a produçao do fio Technyl Star, fabricado apenas na França em caráter experimental e que é voltado principalmente ao setor automotivo. A planta de ácidos, em Paulínia, deve ter sua produçao aumentada em 30%, que hoje é de 70 mil toneladas por ano.

Nos últimos 12 meses, as unidades do Grande ABC receberam investimentos de cerca de US$ 30 milhoes da Rhodia. "Nós também contratamos 150 novos funcionários em Santo André e Sao Bernardo", disse Pedrosa.

A melhoria nos setores têxtil e automotivo no país, segundo o executivo, sao fatores que estao gerando crescimento no segmento de fios e plásticos industriais. Apenas nos três primeiros meses deste ano, de acordo com Pedrosa, a Rhodia teve cerca de 25% de aumento nas vendas e faturamento no setor de fios têxteis, em relaçao ao mesmo período do ano passado. "Infelizmente nao acreditamos que chegaremos ao fim de 2000 com 20% de expansao. A empresa está trabalhando com a perspectiva de crescer 10%, o que já é um bom resultado."

"O Brasil é um dos países com maior potencial para crescimento de vendas de poliamidas, que há algum tempo foi de até 20% ao ano. Mas, em decorrência das crises econômicas de diversos países, essa expansao chegou a ficar estagnada e só agora voltou a crescer", disse o gerente geral da unidade de plásticos da Rhodia, em Sao Bernardo, Francisco Ferraroli dos Santos.

Além de abastecer a América Latina, cerca de 30% da produçao nacional a Rhodia exporta para a Asia e Estados Unidos. Mesmo com o crescimento, o consumo do produto no país, cerca de 0,2 quilo por habitante, é muito baixo em relaçao à Europa e Estados Unidos, onde o índice chega a 1,5 quilo e 1 quilo, respectivamente.




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