Esportes Titulo Basquete
Magnano assume cauteloso e linha-dura

Argentino promete manter o 'estilo brasileiro' na seleção; técnico coordenará também as seleções de base

Marta Teixeira
Do Diário do Grande ABC
23/01/2010 | 07:00
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Campeão olímpico em Atenas e vice-campeão mundial em Indianápolis-2002. Credenciais não faltam ao argentino Rubén Magnano, novo técnico da Seleção Brasileira Masculina de Basquete.

Magnano foi apresentado oficialmente no cargo ontem e chegou pedindo atitude e prometendo respeitar o ‘estilo brasileiro' de jogar. "O Brasil vai jogar como Brasil, mas não vou mudar minha filosofia. Vamos aproveitar os personagens (jogadores) que temos e tirar o melhor. Não haverá nome próprio acima da seleção."

Substituto do espanhol Moncho Monsalve no cargo, Magnano é conhecido pelo estilo de comando ‘linha dura' e já avisou que isto não irá mudar. "Teremos regras e normas que terão de ser respeitadas. Isto é parte da disciplina. Jogador que reclama que trabalhamos muito não está em um bom caminho. Atenta contra o crescimento individual dele e da equipe", disse.

A disciplina de Magnano será a espinha dorsal do projeto até 2016. Isto porque o argentino trabalhará full time com a seleção. E não apenas a adulta. Vai morar no Brasil (já pediu uma professora para aprender português) e coordenará também as seleções de base. "O nome dele (Magnano) é super importante, não apenas pela medalha (olímpica), mas pelo trabalho de base, que é fundamental", ressaltou o diretor das seleções masculinas Vanderlei Mazzuchini.

Mesmo tendo todo discurso pautado na formação para o futuro, Magnano sabe que será cobrado para a classificação às Olimpíadas de Londres-2012. "Não podemos escapar disso", explicou o técnico, que tem contrato por dois anos e meio com a CBB (Confederação Brasileira de Basquete).

Apesar disso, Magnano negou que sua contratação dependa de resultados específicos. "Se houvesse vínculo com resultado não teria aceito. Mas não sou tonto, sei que o trabalho de treinador depende de resultados, mas não tem a ver com ser primeiro ou segundo", disse. "Nada é fácil, mas tão pouco impossível."

Magnano viaja dia 4 de fevereiro para os Estados Unidos onde conversará com os jogadores que atuam na NBA (Leandrinho, no Phoenix Suns, Anderson Varejão, no Cleveland Cavaliers e Nenê, no Denver Nuggets). Depois, vai à Europa com a mesma finalidade. A turnê internacional lhe dará tempo para obter o visto de trabalho.

"Viemos vender trabalho porque este é o elemento que nos permite, se não alcançar os objetivos, deixá-los à mão. Temos de sonhar que se pode e alimentar este sonho pelas atitudes", completa o técnico que colaborará com a Escola de Treinadores e espera ver cada técnico nacional em um "agente multiplicador".

FEMININO - Apresentado o novo treinador da seleção masculina, a CBB pretende anunciar o nome do técnico do feminino em no máximo 15 dias.

Pré-Olímpico custará mais de R$ 8 milhões para o Brasil

Candidato à organização do Pré-Olímpico Masculino de 2011, o Brasil busca recursos para viabilizar o projeto. "Precisaremos de R$ 8 a 9 milhões", disse Carlos Nunes, presidente da CBB (Confederação Brasileira de Basquete).

Em 2006, o Brasil organizou o Mundial Feminino, em São Paulo, marcado por muitos problemas nos ginásios de competição. Mas para Nunes, isso não comprometerá as chances nacionais na concorrência graças ao sucesso da Copa América Feminina, realizada ano passado, em Cuiabá (MT). "Foi considerado pela Fiba o melhor evento dos últimos anos", afirma Nunes.

A Federação fez apenas uma exigência especial sobre 2011. Querem que seja no Rio de Janeiro. "Não haverá problema. Servirá como teste para (a Olimpíada de) 2016."

O torneio vale duas vagas para os Jogos de 2012. "Acho duas vagas até muito injusto", avaliou Rubén Magnano, técnico da Seleção Brasileira. Para ele, isso contribuiu para manter o Brasil fora das olimpíadas desde Atlanta-1996.

Além do Brasil, também têm interesse na organização Venezuela, Porto Rico, México e Argentina.




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