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Álcool sobe R$ 0,30 nas bombas
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
13/10/2010 | 07:01
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O motorista mal se acostumou a pagar um valor mais baixo para abastecer seu veículo e o preço do etanol voltou a subir. Em plena safra, o litro, que até meados de setembro custava em média R$ 1,39 no Grande ABC, passou a R$ 1,69. Incremento de R$ 0,30 para o bolso do consumidor.

Para piorar o cenário, o litro da gasolina também está mais caro, saindo, em média, a R$ 2,59 - durante meses o preço ficou estável, custando média de R$ 2,49.

Apesar dos aumentos, ainda vale a pena abastecer com etanol. Até R$ 1,81 compensa rodar com álcool, passando disso, a gasolina torna-se mais econômica. Para calcular, basta multiplicar por 70% o preço da gasolina. Se o etanol custar até o valor resultante, ou seja, a relação entre ambos será de até 70% e ele será a melhor opção.

Segundo o representante da Unica (União da Indústria de Cana de Açúcar) em Ribeirão Preto, Sérgio Prado, o custo do álcool está se elevando por conta da demanda pelo combustível. "Não há falta de oferta do etanol. Pelo contrário, neste ano os usineiros estão fabricando mais do que no ano passado. O aumento ocorre devido ao fato de haver mais carros flex circulando, o que eleva o consumo", explica.

Na avaliação do presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMR), Toninho Gonzalez, é injusto o consumidor pagar caro para abastecer nesta época do ano. "Não enfrentamos chuvas e a cana está em safra. O preço deveria estar baixo. Parece que eles (usineiros) especulam para, em determinado período, ganhar mais dinheiro. Do jeito que está, daqui a alguns dias o litro vai chegar a R$ 2."

No fim de 2009, o motorista já se deparou com o combustível a R$ 2. Com isso, houve grande migração para a gasolina, reduzindo o consumo do etanol em até 50% durante os meses de janeiro e fevereiro deste ano.

Após o boicote, o preço do etanol começou a cair mesmo com pouca oferta de cana. Assim que a safra começou, em abril, chegou à média de R$ 1,29, baixando para R$ 1,19 em maio - menor preço do ano. Em julho, o custo começou a se elevar, ficando em torno de R$ 1,39 - valor que se manteve até o fim de setembro, quando mais uma vez encareceu.

O álcool hoje representa em torno de 60% das vendas dos postos, o que reflete domínio dos carros flex.

"Enquanto não houver estoque regulador para que o combustível possa ser vendido por um preço menor, o consumidor será o único lesado com esses aumentos abusivos e sem motivo", aponta Gonzalez.

Prado afirma que já existe financiamento para a estocagem do combustível. Mas, pelo visto, ele ainda não é conhecido dos fabricantes e distribuidores.

Enquanto nada acontece a favor do preço baixo, cabe ao motorista fazer suas contas e calcular qual combustível rende mais, já que a diferença entre os dois está pequena, em torno de 65%.




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