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O legado de Zizá à Memória de Santo André

Eliziário Firmo de Lima, o Zizá, oferece à Memória de Santo André escritos admiráveis em forma de crônicas ligeiras. São manuscritos. A letra elegante

Por Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
14/06/2010 | 00:00
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Eliziário Firmo de Lima, o Zizá, oferece à Memória de Santo André escritos admiráveis em forma de crônicas ligeiras. São manuscritos. A letra elegante mostra que Zizá foi um ótimo desenhista. E várias das crônicas ele próprio datilografou, já com acréscimos e novas lembranças que levam o leitor para uma outra Santo André, a cidade da primeira metade do século passado, e cujas informações estariam irremediavelmente perdidas se Zizá não as registrasse.

Os textos estão numa pasta com o título "Assuntos a resolver". O subtítulo também é simples: "Curiosidades". E lá vai Zizá narrando casos como o do "torneio dos queijos" que os antigos praticavam. Ou rememorando "serenatas ao padre Capra", corridas de cavalo, os trens que cortavam a sua Santo André e que eram aguardados por cocheiros como Adelelmo Setti, que cuidava de levar os passageiros até a Vila de São Bernardo.

Foi com emoção que Hilda Maria Gianotti de Lima nos repassou o conteúdo da pasta, um legado, uma herança que o marido Zizá deixa com a preocupação de contribuir para o enriquecimento da memória de Santo André.

O CRONISTA

Eliziário Firmo de Lima, o Zizá, curtia o apelido. Nas correspondências informais expedidas ele assinava o nome completo acrescido do apelido familiar. Percebe-se na documentação que deixou que era metódico. As fotos familiares demonstram seu jeito afável e sereno, o sorriso gostoso, o jeito de esposo e pai carinhoso. Mas são as crônicas que identificam ainda mais a inteligência e a sensibilidade de um andreense nascido em São Bernardo e que, 15 anos após o seu falecimento, começa a ser descoberto pelas novas gerações.

LINHA DO TEMPO

26-6-1910 - Zizá nasce em São Bernardo, filho de Benedito Firmo de Lima e Carolina Tereza Rochetti.
29-10-1950 - Casa-se com Hilda Maria Gianotti, sobrinha de Arthur Gianotti, um dos fundadores do Cine-Teatro Carlos Gomes.

Filhas - Célia (casada com Rubens Prearo) e Sandra (casada com Carlos Augusto).

Netos - Flavia, Fernando, Carolina, Fábio e Marcelo.
Bisnetos - Gabriel e Alexandre (gêmeos) e Vitor, de 9 anos.

25-6-1995 - O falecimento em Santo André.

Cinema do padre

Texto: Eliziário Firmo de Lima (Zizá)

O prédio ficava e fica na Rua Gertrudes de Lima, esquina com a Francisco Amaro. Foi, inclusive, sede do Corinthians F.C., de Santo André. A área foi substancialmente ampliada e o prédio totalmente reformado, mas suas características são as mesmas.

Chamava-se ‘Cinema do Padre' em virtude do padre Luiz Capra, isso por volta de 1915-17, distribuir ‘santinhos' às crianças que iam ao catecismo na igreja de cima (Matriz de Santo André) e com eles poderem entrar nas matinês de domingo.

Os filmes e a projeção eram muito precários (só cômicos), mas divertiam muito à criançada.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS

Sábado, 14 de junho de 1980

Trabalho - Reunião de metalúrgicos é impedida no Sindicato de São Bernardo, mesmo com a permissão do interventor, Oswaldo Pereira de Aguiar Batista. A PM impediu a reunião. Os operários, então, encontraram-se no Largo da Matriz para discutir a situação de demitidos durante a greve dos 41 dias.

Aposentados - Também uma assembléia de aposentados marcada para o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André foi impedida pela PM.

Efeméride - Hospital e Maternidade Brasil, de Santo André, festeja 10º aniversário.

Primeiro plano (Eduardo Camargo) - Mudanças no mercado de ações.

Cinema Super 8 (Wilson Pereira Cardoso) - O uso da objetiva zoom nas filmagens em Super 8.
Ela (Solange Dotto) - Nos taillers a nostalgia dos anos 40.

Polícia - PM é desarmado e agredido a tiros no centro de Santo André.

EM 14 DE JUNHO DE...

1911 - Lançada a pedra fundamental da Santa Casa de Santo André, o futuro Hospital Municipal.

HOJE

Dia da Manicure e Dia do Solista.


GERALDA DA SILVA DE JESUS

(São Lourenço, MG, 1915 - Santo André 30-5-2010)
A história de dona Geralda é muito triste. Solteira, com deficiência mental, sem conseguir ver e ouvir, ela passou mais de 30 anos na Instituição Assistencial Nosso Lar, em Santo André. Era muito nervosa, já que não conseguia se comunicar. O máximo que conseguia era emitir sons
De dona Geralda pouco se sabia.

O nome da mãe, Rita Margarida de Jesus, e a idade aproximada. Possuía um sobrinho, mas foi impossível um contato com ele até quando do falecimento da tia, que partiu aos 95 anos e está sepultada no Cemitério do Curuçá.

A Instituição Nosso Lar existe desde 1953. Dá abrigo a 100 idosos. É presidida por Glória de Siqueira Fabri. Segundo a assistente social Marisa Aparecida Rucco, há vários casos como o de dona Geralda, às vezes recolhidos na rua por policiais ou cidadãos. Dentro das possibilidades, são recebidos e recebem o melhor tratamento possível.

Nosso Lar vive de doações, da ajuda da comunidade. Aceita de bom grado tudo que possa ser revertido à assistência dos idosos. Vale uma visita. Fica na Rua Francisco Ferreira, 59, em Vila Helena, Santo André. Telefone: 4453-7766.

SÃO CAETANO

Cemitério das Lágrimas
Marcus Antonio Valverde, 58. Dia 6.
Milton de Avero, 51. Dia 7.
Sidnei da Silva, 45. Dia 4.
Kássia Thays Copola Doracio, 22. Dia 7.

Serviços Funerários: Santo André - 4433-3544; São Bernardo - 4125-1645; Diadema - 4056-1045; Mauá - 4514-7399; Ribeirão Pires - 4828-1436; Rio Grande da Serra - 4820-4353.




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