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Terreno cedido ao MTST é alvo de polêmica

Área no Montanhão integra acordo para desocupação de espaço no Assunção; população temia nova invasão

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
06/11/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Terreno na Estrada do Montanhão, no bairro homônimo, em São Bernardo, é alvo de polêmica. O endereço foi cedido pelo Estado ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) em outubro de 2018 como parte de acordo para desocupação de área no bairro Assunção, na mesma cidade. Porém, moradores locais, ao se depararem com faixa do movimento e barraco, acreditaram se tratar de nova invasão.

Além de publicações sobre o assunto nas redes sociais, Anderson Dalecio Feliciano, coordenador do MTST em São Bernardo, relatou que algumas pessoas ofenderam integrantes do grupo ao observarem movimentação no terreno. “Temos um barraco, que é de uma pessoa do movimento que está cuidando do espaço e, no domingo, montamos barraco de luta, que será usado para reuniões.”

A expectativa é a de que 650 moradias sejam construídas no local, que tem 110 mil m², por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. Porém, o financiamento ainda está em negociação e sem previsão. A Prefeitura de São Bernardo informou, em nota, que nenhum projeto destinado à área foi apresentado oficialmente à administração. O Ministério do Desenvolvimento Regional não respondeu até o fechamento desta edição.

O acordo firmado entre o MTST e o governo do Estado pelo fim da invasão Povo Sem Medo, que durou sete meses, prevê construção de moradias em outras três áreas – em Diadema e Mauá. A Secretaria da Habitação estadual não foi informada sobre os posicionamentos das respectivas prefeituras a respeito de eventuais cessões de áreas para a implantação de empreendimentos habitacionais.

NO ASSUNÇÃO
Após quase um ano e sete meses do fim da ocupação, o terreno localizado no Assunção que abrigou cerca de 8.000 barracos segue abandonado. “O proprietário não está cuidando, está cheio de mato e a única segurança de que não haverá nova invasão são os muros que eles construíram”, observou Alexandre Nogueira, 49 anos, morador do bairro.

À época da ocupação, a MZM Incorporadora, proprietária do local, informou que, posteriormente, decidiria o que seria feito. A empresa tinha débitos de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) com a Prefeitura, que chegou acionar a Justiça para quitação da dívida.

A equipe do Diário foi informada de que o terreno foi vendido para a Alianza, empresa do setor imobiliário. Representante do grupo, entretanto, disse que não irá comentar o assunto.




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