Viaduto Moysés Cheid. Não se veem carros trafegando sobre ele. Uma árvore cresce sobre o que deveria ser uma pista. Este é o cenário da obra, localizado no Km 22,5 da rodovia Anchieta, em São Bernardo. Apesar de ostentar nome há mais de dez anos, não tem nem começo, nem fim. É uma das obras inacabadas do Grande ABC.

Em junho do ano passado, a Prefeitura de São Bernardo anunciou que iria retomar a construção - iniciada pelo governo estadual na década de 1970 - como parte do projeto para desafogar o trânsito na região do bairro dos Casas. Na ocasião, a administração assegurou que a estrutura tinha condições de uso e que as alças de acesso seriam construidas após a duplicação da Avenida Presidente João Café Filho. A previsão era de que a obra estaria concluída até agosto deste ano.

Faltando um mês para vencer o prazo, não se veem homens ou máquinas trabalhando no viaduto. A cerca de 50 metros da obra abandonada, foi instalada placa que anuncia os planos da Prefeitura para a conclusão do projeto viário.

Procurada, a Prefeitura reafirmou seu compromisso em concluir a edificação.
Em nota, informou que "atualmente, está sendo realizado um estudo de prova de carga para verificar como está a estrutura do viaduto, que está parado há mais de 30 anos."

Ainda segundo a administração, está prevista para agosto apenas a conclusão da primeira etapa da duplicação da Avenida Presidente João Café Filho. É somente após essa data que será iniciada a construção das alças de acesso ao viaduto.

ESTRUTURA
Para o professor de engenharia civil da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Creso de Franco Peixoto, a administração precisa assegurar que a estrutura do viaduto cumpre os mesmos requisitos das obras modernas. "É preciso observar se a construção não sofreu alterações estruturais ao longo dos anos, e que a obra esteja íntegra para suportar o volume de tráfego", afirmou.

"O único prejuízo para a cidade é a falta de uso de uma estrutura como essa. Não é comum o abandono de obras desse porte. A tentativa de retomada é uma atitude louvável por parte do poder público", completou Peixoto.