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Represa Billings está no limite
Tiago Dantas
Do Diário do Grande ABC
07/01/2010 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O nível de armazenamento de água do Sistema Rio Grande, formado por um braço da Represa Billings, está próximo do limite. O reservatório operava com 97,5% da sua capacidade ontem, segundo dados da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). No dia 31 , a taxa estava em 90,6%. Especialistas apontam a grande concentração de chuvas como responsável pela cheia na represa. Entre 1° de janeiro e ontem, choveu, na região da Billings, o que era esperado para duas semanas.

O índice pluviométrico dos seis primeiros dias de 2010 foi de 97,8 milímetros. No ano passado, no mesmo período, choveu 41,6 milímetros. A média histórica de janeiro é 235,8 milímetros. Dezembro também bateu recordes. Enquanto a média para o mês é de 191,1 milímetros, choveu 352,2 milímetros (84% a mais).

Além do alto volume da represa, as chuvas também estão trazendo preocupação para responsáveis pelas áreas onde há risco de deslizamento. No Jardim Santo André, em Santo André, por exemplo, os moradores estão sendo chamados pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) para acertar a desocupação do local.

ABRIR COMPORTAS - Caso o volume de chuvas continue acima da média, cabe à Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) abrir as comportas da Billings e liberar parte da água. O excedente pode ser enviado para a Represa Guarapiranga ou ser destinado à produção de energia na Usina Henry Borden, em Cubatão (no Litoral). A Emae não respondeu ao Diário ontem.

O alto nível da represa não traz riscos. "As represas são projetadas para ter um limite máximo operacional. Caso esse limite seja ultrapassado, há mecanismos para levar água para outro lugar. E há o volume de segurança, que é a quantidade de água que põe em risco a segurança da barragem. Esse volume é muito alto", diz Mário Thadeu Leme de Barros, especialista em engenharia hidráulica da Escola Politécnica da USP.

Para o coordenador do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário da FEI, Kurt André Amann, é preciso tomar cuidado para não provocar alagamentos de outros rios ou afluentes. "Se feito de forma inadequada, pode haver enchentes em áreas ribeirinhas."




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