A primeira greve de usuários da Internet no Brasil, realizada no dia 13 de janeiro, foi um fracasso. Apenas 0,3% dos internautas aderiram ao movimento contra os preços cobrados pelo acesso, segundo a Abranet, associaçao que reúne os provedores. Os números nao desanimaram os organizadores do ato (até agora ninguém sabe quem sao), que já convocaram nova manifestaçao nos dias 20 e 23 de fevereiro. Desta vez, a estratégia será diferente: a intençao é provocar uma pane na rede, com 90% dos internautas conectados ao mesmo tempo.

Em um site informando sobre a greve, os organizadores deixam claro qual o alvo do protesto: "É óbvio que os responsáveis pelos custos e pela ineficiência da Internet no Brasil sao a Embratel e as teles (empresas de telefonia)". Na greve do dia 13, havia dúvidas se a irritaçao dos usuários era contra essas empresas ou contra os provedores do acesso, que prontamente se manifestaram, através da Abranet.

"Lotando a Internet, haveria um colapso e a culpa cairia nos responsáveis pela infra-estrutura da Internet no Brasil: a Embratel e as companhias telefônicas estaduais", dizem os organizadores da greve. Eles calculam que, se   90% dos usuários da Internet programarem seus computadores para fazer um download automático em uma determinada hora do dia, e este download durar algo em torno de uma hora, seriam milhoes de bytes circulando no backbone da Embratel e milhoes de linhas telefônicas ocupadas em horário de pico. As conseqüências: "um crash jamais visto na Internet nacional. Bancos deixariam de negociar via Internet, clientes das teles/Embratel ficariam na mao e os prejuízos recairiam sobre os prestadores de serviço, que no caso sao o nosso alvo".

O site traz toda a programaçao do protesto. Arquivos serao disponibilizados para serem baixados nos horários escolhidos para a "greve": entre 16h e 20h do sábado (20) e 13h e 15h de terça (23).