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Qual é a aranha mais venenosa?
Nayara Fernandes
Especial para o Diário
11/04/2010 | 07:18
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Edmilson Magalhaes/DGABC


Gabriel Justino Oliveira Silva, 9 anos, de São Caetano, diz que tem muito medo de aranhas e de outros animais peçonhentos, como escorpiões e cobras. "Na última vez que vi uma aranha foi na casa de um amigo da escola. Na hora, sai de perto e avisei que esse bicho é perigoso."

Não dá para definir uma única aranha como a mais venenosa. Os acidentes mais graves e frequentes que ocorrem são provocados por cinco espécies: armadeira, aranha-marrom, viúva-negra e duas bem parecidas que vivem na Austrália - Hadronyche e Atraxe -, que os especialistas chamam de aranhas-teia-de-funil. A verdade é que, mesmo com fama de más, o veneno delas nem sempre mata. O importante é que a vítima procure imediato socorro médico e leve o bicho junto. No Brasil, a armadeira e a marrom causam mais acidentes, mas não há índices das que matam mais.

Como estão espalhadas pelo planeta, muitas vivem bem pertinho das moradias humanas; por isso, os acidentes são comuns. No entanto, elas só destilam o veneno para se defender ou atacar insetos para se alimentar.

Os venenos estão divididos em três tipos. O neurotóxico causa dor muito forte no local atingido; em alguns casos, pode se espalhar e persistir por um dia, mas a reação varia. O hemolítico destrói os glóbulos vermelhos (responsáveis por levar oxigênio e gás carbônico pelo corpo) e causa um ‘buraco' na pele quando não tratado corretamente. E o proteolítico que age sobre músculos e pele.

As aranhas formam um dos grupos mais populosos. São mais de 35 mil espécies espalhadas pelo mundo. Como é difícil identificar todas, há quem diga que esse número chegue a 100 mil. É preciso lembrar que aranhas não são insetos e têm características bem diferentes desses bichos. Elas têm oito pernas, enquanto os insetos têm seis, não têm asas nem antenas.

Confira algumas aranhas:
ARMADEIRA pode chegar a 17 cm. Vive sobre árvores, troncos e perto das casas. Quando ameaçada, fica bem esticadona. Sua picada dói muito, mas raramente mata. Vive nas Américas do Sul e Central. No Brasil, é responsável pela metade dos acidentes com aranhas.

ARANHA-MARROM é pequena, chega a 4 cm. O veneno é forte, mas não provoca dores e inchaço. Sem tratamento, pode provocar ‘buracos' na pele que demoram a cicatrizar. Em geral, os acidentes ocorrem quando é esmagada contra as pessoas. Vive em todos os continentes.

VIÚVA-NEGRA pode ser encontrada em quase todo o mundo e por isso é uma das mais temidas. Só a fêmea injeta veneno, embora o macho também o tenha. Provoca dores fortes, câimbras e tremedeiras. A que vive no Brasil é mansa e raramente é capaz de matar.

CARANGUEJEIRA pode ter 30 cm de envergadura, mas no Brasil não são conhecidas espécies que chegam a matar. A picada provoca dor por pouco tempo. As peludas e de grande porte raramente causam acidentes. Para se defender, também espalha nuvem de pêlos que irrita a pele. (Consultoria de Samuel Paulo Gioia Guizze, biólogo do Laboratório de Artrópodes do Butantan, e Wagner Ferreira dos Santos, do Departamento de Biologia da USP)

Teias são fortes
As aranhas constroem as teias com uma parte do corpo que fica no fim do abdômen chamada fiandeira. Nesse local, há um monte de tubinhos dos quais saem uma substância líquida que, ao entrar em contato com o ar, endurece e se transforma em fio de seda. Para produzi-la, a aranha se aproxima de um ponto que possa servir de base e depois une os fios de dentro para fora, juntando-os no centro (onde fica para formar a teia). Ela é esperta e produz dois tipos de fio: um que é usado para caçar insetos e outro para poder andar sobre a teia sem ficar grudada. A teia resiste à chuva e ao frio intenso.

Visite-as no Butantan
No Instituto Butantan não há apenas cobras. As aranhas podem ser observadas bem de pertinho, separadas dos visitantes por paredes de vidro. Lá dá para conhecer melhor sobre as espécies que vivem no Brasil, como a peluda caranguejeira. Há ainda armadeiras, marrons e viúvas-negras. O Butantan produz soros e vacinas para picadas de cobras e aranhas.

Onde - Instituto Butantan, Avenida Dr. Vital Brasil, 1.500, São Paulo, tel.: 3726-7222. Fica aberto de terça a domingo das 9h às 16h30. Ingresso: R$ 3 e R$ 6.




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