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Exportação cresce
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
13/10/2010 | 07:03
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Impulsionados pelos CKDs (veículos desmontados), a exportação voltou a crescer e, em volume, já está quase nos mesmos níveis de 2008 - o melhor ano para as vendas externas da indústria automobilística nacional. Mas o que ainda preocupa a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) é tendência de alta das importações, que já provoca déficit para o setor.

"Deveremos fechar 2010 com saldo negativo de US$ 3,5 bilhões. Mais do que o número, é a tendência de crescimento das importações que nos preocupa", afirmou o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini. Para o executivo, que também preside a Fiat, o ideal seria que as contas com importações e exportações ficassem iguais, ou seja, sem déficit.

Entre janeiro e setembro, o País exportou 569,5 mil unidades (cerca de 150 mil desmontados), representando receita de US$ 9,203 bilhões. Em volume, o crescimento superou 76% em relação a igual período do ano passado. Já em receita, o valor representou alta de 62,5%.

Só que a base de melhor comparação é a de 2008, já que, no ano passado, as vendas despencaram em razão da crise financeira mundial. Em receita, janeiro a setembro não superou os nove primeiros meses de 2008 - US$ 10,7 bilhões contra US$ 9,2 bilhões deste ano.

Mas, em unidades, já está bem próximo de se igualar a 2008 : 571 mil, em 2008, contra 569 mil, entre janeiro e setembro deste ano.

Já as importações não param de avançar. Enquanto a participação de carros nacionais no total do mercado cresceu 2,1%, em 2009, e 4,3%, em 2010, no mesmo período os veículos importados subiram 18,8% (2009) e 34,3% (janeiro a setembro de 2010). De 283 mil unidades em 2008, já somam 452 mil só neste ano.

A projeção da Anfavea é de que o ano se encerre com cerca de 620 mil unidades importadas, abocanhando cerca de 20% do mercado brasileiro. "Em 2005, importávamos cerca de 100 mil veículos e exportávamos cerca de 900 mil. A curva está se invertendo rapidamente", afirmou Belini.

Belini reconheceu que a maioria das importações representa intercâmbio entre as próprias montadoras. Para ele, a preocupação é que a carga tributária e outros problemas internos dificultem a competitividade do veículo nacional.




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