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Oswaldo Dias já gasta o equivalente a Leonel Damo na merenda de Mauá
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
04/01/2010 | 07:03
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O prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), não conseguiu cumprir promessa de campanha de diminuir gastos com a merenda escolar na cidade. Após assumir o processo de preparo dos alimentos para "baratear custos", o Executivo de Mauá fechou 2009 gastando R$ 5,37 milhões no setor. Falta ainda incluir dois contratos cujos valores a administração não quis fornecer.

Dessa forma, os gastos com merenda já se equiparam aos do governo de Leonel Damo, de R$ 5,67 milhões. Numa planilha de gastos mensais, o petista desembolsou R$ R$ 447 mil pelo serviço enquanto Damo, R$ 472 mil.

Recentemente o petista anunciou a contratação da empresa Citro Cardilli por R$ 528 mil para entrega de suco de laranja congelado. Além disso, o Executivo usaria R$ 915 mil anuais apenas no pagamento das 80 merendeiras, o salário de cada profissional é avaliado em R$ 880 por mês.

A Prefeitura ainda não divulgou valores dos acordos fechados com a Cathita (veja reportagem ao lado), para fornecimento de estocáveis, e com a Gente Gerenciamento e Nutrição, escolhida para garantir kit lanches para as 36 escolas municipais.

Durante o processo eleitoral, Oswaldo criticou severamente o contrato fechado entre a gestão Damo e a empresa Gourmaitre que (veja mais em reportagem ao lado)e prometeu corrigir a situação.

Após a vitória nas eleições, o petista afirmou que reduziria os custos dos acordos e, com a soma economizada, a cada cinco meses, a Prefeitura teria condições de construir uma nova escola municipal na cidade.

PROBLEMAS - Em 2009, Oswaldo contratou diversas empresas para cumprir o fornecimento de alimentação escolar. Foram necessárias mais de dez empresas para que os alunos da cidade não tivessem problemas na alimentação.

Foram contratadas empresas para entrega de bebidas lácteas (Socom Alimentos), hortifrutigranjeiros (Pró Ativa), água mineral (Vani Comércio de Água), gás (Ultragaz), utensílios de cozinha (BNP Comercial), carnes (Fridel frigoríficos), panificados (Freskito Produtos alimentícios), kit lanche (Gente Gereciamento e Nutrição), estocavéis (Tegeda e Cathita)e suco de Laranja (Citro Cardilli).

No entanto, mesmo com o alto valor investido no setor, em setembro crianças foram obrigadas a comer por cerca de duas semanas apenas sopa e salsicha por problemas na entrega de produtos.

Pais afirmaram ao Diário que os pequenos voltavam das aulas reclamando de fome e fraqueza. Na época, a administração alertou que não havia problemas no pagamento dos serviços, mas sim com as empresas contratadas, e negou qualquer falta de equilíbrio na nutrição dos alunos.

Prefeitura não divulga valores do acordo com Cathita

Apesar do alto gasto em 2009 na merenda escolar, o prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), ainda não divulgou o custo do acordo fechado em junho com a empresa Cathita para distribuição de estocáveis nas 36 escolas municipais da cidade. O acordo emergencial fechado com a Tegeda - empresa da família do dono da Cathita - custou R$ 216 mil aos cofres públicos. Procurada, a Prefeitura de Mauá não se manifestou sobre o assunto.

Além de confirmar a preferência da administração petista para o fornecimento de estocáveis, a Cathita conseguiu no início de julho receber R$ 18.877,26 mil por acordos fechados anteriormente. A empresa serviu merenda no segundo mandato de Oswaldo (2000 a 2004) até 2006, quando o ex-prefeito Leonel Damo cancelou o acordo.

No Diário Oficial em julho, a Prefeitura justificou que o pagamento da quantia evitaria "danos e prejuízos em atividades da administração pública".

Ex-prefeito enfrenta processo criminal por contrato no setor

O ex-prefeito de Mauá Leonel Damo enfrenta processo criminal pela contratação da Gourmaître Cozinha Industrial e Refeições para o fornecimento emergencial - sem licitação - de merenda nas escolas municipais entre setembro e dezembro de 2006. Além da ação no setor de crime de prefeitos, o contrato com a empresa, que faz parte do grupo SP Alimentação é investigado pelo Ministério Público.

O órgão apura possibilidade de a máfia da merenda ter agido no município. O edital de licitação que determinou a contratação da Gourmaître é idêntico ao da cidade de Limeira, no interior de São Paulo, inclusive com os mesmos erros de digitação.

Além do fornecimento emergencial, que custou três vezes mais do que o contrato anterior, a Gourmaître venceu a licitação para fornecimento anual da merenda ao preço de R$ 5,7 milhões, equivalente a repasses mensais de R$ 472,34 mil.

Na gestão de Damo, todo o procedimento de preparo e entrega de alimentos escolares era feito pela empresa.




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