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Festival Gaúcho é interditado pela Vigilância Sanitária

Fiscais detectaram falhas na manipulação da carne e determinaram a interrupção das atividades; proprietário promete retorno para amanhã

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
21/01/2016 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


A churrascaria improvisada que começou a oferecer a tradicional costela de boi gaúcha no fogo de chão, na esquina da Avenida Dom Pedro II com a Rua Catequese, em Santo André, foi obrigada a interromper suas atividades ontem à tarde. A Vigilância Sanitária interditou o chamado Festival Gaúcho.

Os fiscais constataram que o comércio apresentava condições sanitárias insatisfatórias, além de procedimentos inadequados para a manipulação de alimentos. Por isso, o responsável não pode manusear alimentos até o cumprimento das exigências.

Conforme o dono do estabelecimento, José Kfouri, 79 anos, o órgão listou uma pia na cozinha só para lavagem das mãos, a compra de geladeira nova e a substituição da bancada de madeira, onde a carne era temperada. Também foi determinado que a lavagem e tempero das costelas sejam realizados dentro de ambiente fechado. Moradores também teriam reclamado da fumaça.

Após a visita da fiscalização. os funcionários recolheram as seis costelas que estavam assando, com aproximadamente 20 kg cada. Segundo Kfouri, elas foram descartadas. “Apesar deste contratempo, foi constatado que não tem nada de errado em relação ao preparo dos alimentos. Vamos nos adequar a tudo e planejo voltar a abrir na sexta-feira (amanhã) ou no sábado”, disse.

Ainda sem o alvará que determina o funcionamento do Festival Gaúcho, Kfouri mostrou à equipe do Diário, a guia de pagamento do documento no valor de R$ 175,66. Na tarde de ontem, a Prefeitura informou que não havia sido protocolizado nenhum pedido do documento. “Trata-se de atividade irregular e com ação fiscal já iniciada, inclusive com autuação e advertência ambiental”, disse em nota.

Kfouri reclamou de perseguição entre os comerciantes. “Sei que o local está incomodando muito restaurante ao redor. O pessoal está colocando pressão no pequeno comércio”, afirmou.

Antes da interdição, o gerente da unidade da churrascaria Tendall Grill, Willian do Carmo, 38, afirmou que desde o início da semana o movimento caiu em 10%. “Eu só fiquei sabendo desse novo local hoje (ontem), mas já tinha sentido a diminuição. Isso afetou a gente diretamente.”

 

Clientes lotam o espaço e elogiam comida típica

 

Antes da chegada da fiscalização, a barraca onde eram servidas as costelas estava cheia de clientes e os frequentadores garantiam que a carne era de boa qualidade. O churrasqueiro gaúcho Vilson Zanella, 58 anos, era o responsável pelo fogo de chão.

“Estou comendo aqui desde o início da semana. Quando a gente entra, escuta essa música da roça e recorda outros tempos. Esse tipo de churrasco é muito comum no Sul. A gente fazia isso porque trabalhava no campo e tinha que cozinhar em algum lugar”, afirmou o diretor financeiro do Ferthoresp (Federação Regional dos Trabalhadores no Comércio Hoteleiro e Similares do Estado de São Paulo) Edemir Marques, 49, que almoçava no local.

“Li reportagem no site do Diário e fiquei curioso. O cardápio está aprovado e torço para que eles consigam ficar no local”, disse o assistente administrativo de São Caetano Edson Pires Júnior, 32.  




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