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Estudo diz que esquilos são verdadeiros estrategistas
Da AFP
21/12/2006 | 14:48
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Eles podem não ocupar o topo da escala evolutiva, mas quando se trata de inteligência animal, os esquilos vermelhos estão bem servidos. Pelo menos é isto que dizem os biólogos para quem certas populações de esquilos vermelhos do Canadá e da Europa superam espécies nativas de árvores em uma batalha evolutiva pela sobrevivência das espécies.

Em um estudo publicado na edição desta quinta-feira da revista científica Science, os biólogos descreveram como os esquilos vermelhos da América e da Eurásia aprenderam quando produzir uma segunda ninhada de filhotes para obter a melhor vantagem com relação à fonte de alimento, derrubando uma estratégia que as árvores desenvolveram para evitar ataques de predadores.

Estes pequenos animais se alimentam principalmente de sementes de abeto, pinheiro, carvalho e faia, e seu comportamento seria imperceptível se, como em muitos ecossistemas, o ciclo de produção de comida fosse estável. Mas as árvores que pertencem ao hábitat dos esquilos, no Canadá e em algumas regiões da Bélgica e da Itália, desenvolveram um ciclo de expansão e retração na produção de sementes, criado para frustrar e confundir os predadores que se alimentam delas.

O fenômeno ocorre em todas as árvores de amplas regiões, que sincronizam a produção de sementes de forma a poderem produzir quantidades maciças de sementes ou nenhuma semente em um dado ano.

A idéia é matar de fome os predadores que se alimentam de sementes nos anos ‘magros’ para que nos anos "fartos" haja menos esquilos e mais sementes sobreviventes para germinar.

Normalmente a estratégia funciona, porque quando as sementes amadurecem, no outono, a maioria dos animais que se alimenta delas já adotou suas estratégias de procriação e é tarde demais para reagir.

"Muitos animais programam sua reprodução para combinar com aumentos previsíveis nos recursos, como o crescimento de plantas na primavera", explicou , o ecologista evolutivo da Universidade de Alberta e principal autor do estudo, Stan Boutin.

Boutin disse que ao que parece os esquilos descobriram como controlar seus próprios ciclos reprodutivos para fazer com que, desde que produzem uma segunda ninhada apenas 35 dias depois da primeira, quando os filhotes ainda estão mamando e a princípio não estariam ovulando.

Ele e sua equipe de cientistas disseram que não está claro como os roedores aprenderam a distinguir os anos fartos dos anos fracos, mas suspeitam que eles tenham começado a partir dos botões que acabarão dando origem a pinhas (nos abetos) e nozes (carvalhos e faias) que abrigam a futura semente.

"Este é um outro exemplo excelente de como a seleção natural favorece características nos animais que promovem a sobrevivência das espécies", disse Boutin.



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