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Por que o ouvido tampa quando desce a serra?
Caroline Ropero
Do Diário do Grande ABC
13/01/2013 | 07:00
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Ao descer a serra, é comum sentir o ouvido entupir ou ainda escutar sons abafados e zumbido. Para entender por que isso ocorre é importante saber que o órgão é composto por três partes: ouvido externo, médio e interno.

O externo contém o pavilhão auditivo (que conhecemos como orelha), conduto auditivo externo e a membrana timpânica. Depois vem o ouvido médio, cavidade com várias estruturas, como martelo, bigorna e estribo (três minúsculos ossos que auxiliam a condução do som) e a tuba auditiva, que liga a orelha média ao nariz. No interno fica a cóclea, que transforma sons em impulsos elétricos para o cérebro, fazendo com que os escutemos.

Ao chegar perto do mar, a pressão atmosférica se modifica, pois o ar (mistura de vários gases) no litoral é mais pesado do que em regiões altas, como o Grande ABC. É que tem maior número de moléculas (partículas minúsculas) agrupadas. Imagine uma pilha de livros sobre a cabeça. Se aumentá-la, ficará mais pesada. Algo parecido ocorre com o ar; quanto maior a quantidade de moléculas, maior a pressão exercida sobre nós.

Quando a pressão atmosférica muda (aumentando ou diminuindo), é necessário que a pressão do ouvido médio se iguale à do externo. A tuba auditiva é a responsável pelo equilíbrio, que demora um pouco para acontecer. Nas situações em que a mudança de pressão é rápida, a tuba não trabalha direito; assim, sentimos o ouvido tampar e até doer.

Para ajudar o incômodo passar, podemos bocejar, ingerir líquidos ou mastigar algo. Desse modo, o ar é levado à parte média do ouvido, equilibrando a pressão. O mesmo fenômeno ocorre ao andar de avião ou nadar em grande profundidade.

 

Cuidado para não machucar

O buraquinho do ouvido, cujo nome correto é conduto auditivo externo, não deve ser limpado. Isso mesmo! O uso de hastes flexíveis de plástico com algodões nas pontas (conhecidas como cotonete) pode machucar o órgão ao invés de retirar a sujeira. Além disso, a pele pode ficar irritada, correndo o risco de o organismo aumentar a produção de cera ou favorecer o crescimento de bactérias e fungos causadores de doenças.

Não tenha medo de que fique sujo, pois o ouvido faz a própria limpeza interna. Quando há muita cera, coloca o excesso para fora, onde podemos retirar com a ajuda de toalha úmida. Para manter a higiene, basta lavar com água e esfregar atrás da orelha e as curvinhas durante o banho.

E fique ligado, não pode colocar objetos no ouvido nem por brincadeira. Segundo especialistas, é comum acontecer acidentes graves durante a infância com cotonetes, lápis, tampas de caneta, gravetos e até clipes.

 

Saiba Mais

Os ouvidos dos cães são sensíveis e desenvolvem problemas com facilidade, principalmente os das raças de orelhas caídas. Uma das doenças mais comuns é a otite, infecção no ouvido causada, em geral, por bactérias e fungos. Os animais precisam de limpeza semanal feita por adulto com pedaços grandes de algodão molhados em líquido próprio para a tarefa. Se tiver dúvida sobre o procedimento, pergunte ao veterinário.

O cão é melhor ouvinte do que o homem; consegue escutar sons quatro vezes mais distantes. Por causa disso, barulhos muito altos costumam incomodá-lo. Trovões ou fogos de artifício, por exemplo, podem provocar dor de ouvido.

Após mergulho no mar ou na piscina, água pode entrar no ouvido e entupi-lo. Mas não se preocupe, o líquido fica apenas no ouvido externo. Não há risco de machucar a parte média ou interna do órgão. De qualquer modo, se sentir muita dor ou zumbido, procure o médico.

 

Victória Varro, 11 anos, de São Caetano, costuma viajar para a praia durante as férias e sabe que, ao se aproximar do mar, o ouvido tampa. "No avião também acontece, só que é pior porque costumo sentir dor quando vai pousar", diz a garota, que teve o incômodo quando foi para a Disney.

 

Consultoria do otorrinolaringologista Luciano Neves.

 

 




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