Política Titulo Recusa
Hélcio recebe convite do Congresso

No entanto, vice-prefeito petista de Mauá avisa que não é
ele quem deve assumir vaga como deputado em Brasília

Bruno Coelho
Fábio Martins
04/01/2013 | 07:15
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Contrariando o desejo de se mudar para Brasília, o vice-prefeito de Mauá, Hélcio Silva (PT), se viu perante situação inusitada ao recusar a convocação da Câmara dos Deputados para assumir uma das 513 cadeiras. O petista alegou que a vaga pertence ao seu correligionário Francisco Chagas, ex-vereador de São Paulo, que ainda não consta na lista de suplentes na mesa diretora da Casa, mas tende a ser chamado na semana que vem.

Hélcio recebeu ontem ligação da Secretaria-geral da Câmara, na qual foi informado de que poderia ocupar a vaga como parlamentar. O vice-prefeito, contudo, respondeu que a cadeira não lhe pertencia e sim a Chagas, que teve candidatura indeferida pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral), pois não teria apresentado toda documentação necessária para o registro do pleito de 2010.

Na ocasião, Chagas recebeu 76.191 votos quando concorreu para deputado federal. Porém, não teve os sufrágios computados devido à decisão do TRE. O caso foi levado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que, em outubro de 2011, deferiu o registro da candidatura.

Segundo Hélcio, a confusão ocorreu porque o TRE-SP ainda não passou à Câmara Federal a lista de suplentes na qual consta Chagas. Mas, acredita que o imbróglio seja resolvido até a próxima semana. "O caso dele está tranquilo. Espero que Chagas assuma e sigo como primeiro suplente", discorreu Hélcio, que evita, assim, renunciar ao cargo de vice-prefeito, pois não teria garantia de realmente ser deputado federal.

Até o caso Chagas não ser resolvido na mesa diretora da Câmara, Hélcio usará a prerrogativa de não assumir o posto 30 dias após a convocação, com direito a prorrogar o período mediante solicitação. Apesar disso, ele manifesta novamente o desejo de se tornar deputado federal. "Se não fosse isso, assumiria o mandato já. Mas, em respeito ao Chagas e entendendo que ele é suplente, vou aguardar a situação", frisou.

Na eleição de 2010, Helcio recebeu 64.938 votos e se tornou quinto suplente. Entretanto, começou a ter o caminho para o Congresso Nacional pavimentado com a ida de Aldo Rebelo (PCdoB) para o Ministério do Esporte em 2011 e, nas eleições municipais, com a vitória de Carlinhos Almeida (PT) para o Paço São José dos Campos.

O cenário ficou ainda mais favorável a Hélcio quando o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), convidou os deputados José de Filippi Júnior e Jilmar Tatto (ambos do PT) para as secretarias de Saúde e de Transporte, respectivamente. Caso mais um deputado federal seja chamado, a mudança para Brasília estaria garantida.

 

CADEIRA CATIVA

Com o sucesso de Carlinhos Almeida no pleito de outubro, o deputado federal Vanderlei Siraque (PT-Santo André) assumiu oficialmente na quarta-feira cadeira cativa no Congresso, consolidando-se titular da vaga até fim do mandato em 2014. Antes do êxito do correligionário, Siraque, como primeiro suplente, ocupava o posto de Aldo Rebelo, eleito pela coligação formada por PT e PCdoB.

Em 2010, Siraque amealhou 93,3 mil votos e peregrinou por mais de oito meses para se beneficiar da movimentação em Brasília. "Na prática, pouco muda em relação ao trabalho. Darei apenas continuidade ao projeto", ponderou o parlamentar. A vaga interina agora ficará com o ex-presidente do PT José Genoino, condenado pelos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) por corrupção ativa no escândalo do Mensalão.

 

 




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