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Dez candidatos pegam carona no sucesso do auxílio emergencial

Impulsionadora da popularidade de Bolsonaro, transferência de renda é sugerida em plano dos prefeituráveis; a maioria de partidos de esquerda

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
27/10/2020 | 00:15
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Com a continuidade das crises sanitária e econômica, ao menos dez dos 59 candidatos majoritários no Grande ABC pegam carona na repercussão positiva do auxílio emergencial à figura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e propõem criação de benefício de transferência de renda semelhante, mas em plano municipal.

As propostas se concentram basicamente em siglas consideradas do campo da esquerda, como PT, PDT, PSB, Psol e PSTU. Alguns programas são explícitos ao apontar o tema no plano de governo preliminar protocolado junto à Justiça Eleitoral, outros, contudo, sugerem a intenção de encampar item adicional de transferência de recursos a pessoas em situação de vulnerabilidade social diante do quadro de instabilidade pós-Covid. Há ainda um terceiro grupo que cita a ideia nas redes sociais, mesmo sem menção oficial no documento.

A proposta de Bete Siraque (PT), em Santo André, por exemplo, é denominada justamente auxílio emergencial andreense e integra lista de “13 motivos” descrita nas redes sociais. O projeto, no entanto, não consta no plano de governo prévio. A candidatura de Bruno Daniel (Psol), de Santo André, fala em reformular lei municipal do programa Renda Mínima, garantindo que possa ser acumulativo a outros programas de transferência. Em São Bernardo, Leandro Altrão (PSB) frisa criar programa de renda mínima. O ex-prefeito Luiz Marinho relata também plano de renda mínima. Lourdes da Chapa Coletiva (Psol) registra estudo da possibilidade da renda básica municipal.

Ex-prefeito de Mauá, Donisete Braga (PDT) promete estabelecer renda básica municipal para apoio das mães. O adversário André Sapanos (Psol) inclui estudar a possibilidade da renda básica municipal. Em Rio Grande da Serra, o ex-chefe do Executivo Ramon Velasquez (PT) pontua assegurar estudos que viabilizem a criação e a garantia da renda básica de cidadania, dentro do orçamento municipal. As candidaturas do PSTU em Diadema (Professor Ivanci) e São Bernardo (Claudio Donizete) sugerem manutenção do auxílio estendendo à esfera local.

Na Capital, o candidato Celso Russomanno (Republicanos), que cola sua campanha na imagem de Bolsonaro, prometeu o benefício, mesmo não incluindo oficialmente o termo no plano de governo. Em São Paulo, a promessa de implementação do auxílio foi exposta na condição de complemento ao aplicado pelo governo federal desde o começo da pandemia (inicialmente de R$ 600, agora em R$ 300). Pesquisas indicam que alta na popularidade de Bolsonaro, em momento de crise no País, tem sido relacionada à criação da proposta.

A repercussão na Capital foi tamanha que o prefeito Bruno Covas (PSDB), que busca a reeleição, se mexeu e sugeriu a votação de projeto neste sentido. Matéria com esse teor foi aprovada em definitivo na quinta-feira. Conteúdo era defendido pelo vereador Eduardo Suplicy (PT), chamado de renda básica emergencial, e envolve três parcelas de R$ 100. Impacto lá será de aproximados R$ 400 milhões.  




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