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Contratação na indústria ganha força
Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
20/04/2008 | 07:08
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Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que o ritmo de contratações da indústria do Grande ABC está muito mais forte neste ano do que em 2007. No primeiro trimestre do ano passado, o saldo de empregos formais (admissões menos demissões) tinha sido de 983. Neste ano, mais do que quadruplicou e chegou a 4.071.

“Quem puxou bem esses números foi, sem dúvida, a indústria automobilística”, garante o diretor-titular do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) São Caetano. William Pesinato. “Temos visto recordes de vendas praticamente a cada mês e isso se reflete nas contratações.”

O diretor do conselho do Ciesp Diadema, Walter Bottura Júnior, lembra que o setor em alta puxa uma cadeia complexa. “Em Diadema a grande maioria das indústrias é de autopeças, que vende para sistemistas que por sua vez fornecem às montadoras. As empresas desse setor em Diadema – como a Autometal, a Nakata, a TRW – estão muito fortes em termos de vendas para a indústria automobilística.”

Para Bottura, a única coisa que talvez pode prejudicar esse ritmo é o aumento de 0,5 ponto percentual da taxa Selic (agora em 11,75%) promovido pelo Copom (Comitê de Política Monetária) nesta semana. “Com a elevação de juros, os financiamentos enormes para vendas de veículos podem diminuir um pouco.”

Por outro lado, Bottura ressalta o enorme potencial consumidor do Brasil. “O mercado de gente que pode comprar carros é enorme. É só ver pelo número de indústrias automobilísticas que se instalaram no País nos últimos tempos”. E isso tudo é fortalecido pela própria melhora da renda da população, sustentada pelo aumento do emprego, criando assim um ciclo de crescimento de consumo e trabalho.

A indústria do Grande ABC não só tem se esforçado para buscar mais mão-de-obra como também tenta a todo custo manter os funcionários contratados. As admissões no primeiro trimestre foram 33,3% maiores do que no mesmo período de 2007 e os desligamentos cresceram apenas 13,27% na mesma comparação.

“Algumas fábricas só não contrataram mais porque não tem profissional qualificado no mercado. Na General Motors, por exemplo, a idéia era, desde o ano passado, contratar 300 engenheiros. Só que até agora não conseguiu”, conta Pesinato.



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