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Mínimos detalhes de 'Maysa'
Por Márcio Maio
Da TV Press
19/09/2008 | 07:02
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Com apenas nove capítulos de duração e uma temática de época, Maysa é gravada quase que completamente fora dos estúdios da Globo. As externas nem sempre são confortáveis para a equipe, mas é inegável a contribuição delas para o resultado final da produção. No caso da minissérie, a diretora de arte Tiza de Oliveira reconhece todas as preocupações que deixou de ter ao conseguir locações como o Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador do Rio de Janeiro, na Zona Sul da capital fluminense.

"Essa arquitetura e a decoração já matam boa parte do nosso trabalho. Entro apenas com as flores, louças e pratarias, porque os móveis e quadros já estão todos aqui", explica, enquanto descansa durante uma cena de um jantar em comemoração à volta da personagem-título, vivida por Larissa Maciel, e do marido André Matarazzo, de Eduardo Semerjian, da lua-de-mel.

O palácio, na minissérie, representa o interior da residência paulistana da família Matarazzo e a equipe já finalizou todas as cenas por lá. Em quatro dias, sem qualquer ordem cronológica, gravaram imagens de todas as fases retratadas na produção. Na cena em que o casal chega da viagem, a protagonista ainda está com 17 anos e, por isso mesmo, Larissa faz questão de carregar na energia e na espontaneidade de Maysa. "Além da caracterização, várias mudanças no comportamento dela vão marcar as diferenças entre os períodos", justifica a atriz, lembrando que no mesmo dia chega a interpretar a cantora com 17, 30 e 40 anos.

Os cuidados com a direção de arte e o figurino podem ser notados em todos os momentos das gravações. Desde gravatas que são ajeitadas a todo tempo até uma pessoa para limpar o sapato de Larissa, após a atriz levar uma pisada acidental do colega Eduardo, tudo é feito para garantir o resultado final. "O clã dos Matarazzo então requer um cuidado extra, tamanha a importância da família para a sociedade da época", valoriza a figurinista Marília Carneiro.

Uma das maiores dificuldades na hora de gravar as externas é encontrar a melhor luz para as locações. No caso do Palácio, alguns iluminadores penaram para, ao mesmo tempo, garantir o serviço sem aparecer através dos vidros das janelas. Com isso, as gravações algumas vezes precisavam ser interrompidas e refeitas. Azar de Larissa, que não é fumante, mas aparece fumando em quase todas as seqüências da minissérie. Além do incômodo, a atriz tem de ficar atenta antes de regravar cada trecho por conta do tamanho do cigarro. "Vivo quebrando ao meio para não acender outro inteiro e dar erro de continuidade", diz, enquanto limpa a roupa depois de deixar uma brasa cair no vestido. Sorte que não chegou a queimar o tecido.

Como a minissérie é gravada com qualidade de cinema - o diretor Jayme Monjardim pretende lançar um longa com o material editado no futuro -, alguns takes são montados para serem captados por apenas uma câmara. É uma forma dele manter o controle total da qualidade fotográfica e de tudo que estiver enquadrado. Nesse esquema, algumas cenas precisam ser regravadas em até quatro planos diferentes. "Com esses padrões técnicos, a minissérie pode facilmente virar filme", garante Jayme. Além disso, o diretor faz questão de fotografar cada marcação de cena antes de dar o ok para as gravações. E não é só para ajudá-lo no enquadramento. "Depois de todas as minhas obras, costumo lançar um livro pela Editora Globo com uma espécie de álbum fotográfico. As fotos são para o livro de Maysa", adianta.

A minisséria estréia no dia 5 de janeiro, na Globo.




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