O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles afirmou nesta terça-feira que o desempenho do Brasil diante da crise do crédito imobiliário dos Estados Unidos foi relativamente melhor em relação aos demais países emergentes.

Durante audiência pública realizada na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), Meirelles afirmou que no período de maior intensidade da crise a taxa de risco-país não apresentou aumento significativo. Entre 14 de junho e 21 de setembro, a taxa subiu 24 pontos, segundo menor aumento entre os países emergentes. 

O presidente do Banco Central também afirmou que, durante a crise, a taxa nominal de câmbio passou para uma desvalorização muito rápida. No entanto, ela já foi normalizada. Os países latinos, acrescentou, tiveram volatilidade da variação da taxa de câmbio um pouco maior do que os demais países emergentes. “Isso mostra a resistência da economia do Brasil com relação às turbulências no mercado internacional”, declarou.

Entre 14 de junho e 21 de setembro, a variação da taxa nominal de câmbio no Brasil foi de 1,7%, informou o presidente do Banco Central. Na Argentina, essa variação chegou a 3,1%, e no México foi a 1,9% no mesmo período.

De acordo com Meirelles, a política de acúmulo de reservas contribuiu para o movimento menos intenso de valorização do câmbio. No dia 20 deste mês, as reservas internacionais atingiram o patamar de US$ 162,1 bilhões. Em abril de 2003, essas reservas eram de US$ 15,9 bilhões e no final de 2004 chegaram a US$ 27,5 bilhões.

Para o presidente do BC, o bom desempenho do país diante das crises externas se deve às boas condições da economia brasileira, obtidas por meio do controle da inflação, pelo bom resultado das contas públicas, pelo recuo da dívida externa, entre outros.