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Rotatórias ajudam
a complicar trânsito
Por Renan Fonseca
Do Diário do Grande ABC
30/04/2011 | 07:17
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Falta de fiscalização, má sinalização, controle de velocidade deficiente e todos os defeitos do trânsito do Grande ABC colaboraram para que aproximadamente 1.400 pessoas ficassem feridas e outras 26 morressem em acidentes de trânsito só neste ano. Não existem estatísticas oficiais, mas motoristas, comerciantes e moradores vizinhos a rotatórias apontam esses locais como pontos onde acontecem acidentes praticamente todos os dias, dos mais simples aos de maior gravidade. Além disso, esses locais ajudam no engessamento do fluxo em horários de pico.

Em São Caetano, por exemplo, na Vila São José, a rotatória onde desembocam as vias Luiz Cláudio Capovila Filho, Antonio da Fonseca Martins e Rua Engenheiro Armando de Arruda Pereira é ponto certo para batidas de carro, quedas de motoqueiros e buzinaços. "Aqui é complicado. Às vezes a gente tem de pisar no freio enquanto faz a rotatória para evitar um acidente", explicou o autônomo Sidnei Ferreira Gomes, 56 anos.

Até mesmo veículos da Prefeitura fazem manobras perigosas e passam além da velocidade permitida no local. "É difícil até para passar a pé, pois ninguém respeita", disse o ajudante geral Luciano Ferreira Coutinho, 23, que trabalha em uma empresa próxima à rotatória.

Pouco mais à frente, na Rua Engenheiro Armando de Arruda Pereira, outro ponto é responsável pelos mesmos problemas. "Na semana passada mesmo um carro derrapou e bateu no muro. Quase todas as semanas um acidente assim acontece aqui", relatou o aposentado Marcos Feliz, 50.

Em reportagens anteriores, o Diário mostrou o engarrafamento e os problemas do trânsito na Avenida Rotary, em São Bernardo. Quem precisa trafegar pela via todos os dias sabe bem o que é passar pela Praça dos Bombeiros, grande rotatória sem semáforo nem sinalização vertical e horizontal e um dos pontos da cidade onde é praticamente impossível avistar um agente de trânsito.

"Nesta semana um senhor atravessou a rua sem olhar para os lados e quase o atropelei", contou o administrador de empresas Vicente Cardoso, 41 anos. "Para não causar uma tragédia, joguei a moto para a faixa da direita e acabei batendo em um carro", disse.

LONGE DA AV. ESTADOS
Em Santo André, a Prefeitura divulgou que os pontos onde acontecem mais acidentes estão localizados ao longo da Avenida dos Estados - exemplo de má administração de trânsito.

Porém, no Parque João Ramalho a rotatória da Avenida André Ramalho também é palco para acidentes diários, brigas entre motoristas e corre-corre de pedestres para atravessar a rua. "Os carros que estão trafegando pela avenida avançam em alta velocidade, e quem já está na rotatória tem de parar. O problema é que os desavisados vivem provocando acidentes nesse local", comentou o polidor Clayton Barboza Lima, 32 anos.

 

Prefeituras dizem conhecer problemas

As prefeituras do Grande ABC sabem dos pontos onde normalmente acontecem acidentes de trânsito, com exceção de Rio Grande da Serra e Mauá, que não se manifestaram. Os Executivos possuem o nome das rotatórias e vias com maior número de acidentes.

A maioria das administrações alegou que está trabalhando para diminuir o número de acidentes, inclusive nas rotatórias. A de São Caetano, por exemplo, contradisse a população, por meio de nota, a respeito das rotatórias problemáticas: "A Secretaria de Mobilidade Urbana informa que as áreas de rotatórias da cidade estão bem sinalizadas. Além disso, há fiscalização constante nos locais e quase não se encontram colisões nesses pontos, o que mostra que a sinalização está sendo respeitada pelos motoristas."

São Bernardo informou conhecer os pontos de acidentes. Além da Praça dos Bombeiros, também registram problemas no tráfego as praças Ibrahim de Almeida Nobre, Giovanni Breda, Miguel Etchenique e Samuel Sabatini - onde fica a sede da Prefeitura. A administração alegou que "todo o sistema está sendo reestruturado de maneira a otimizar o atendimento e melhorar a relação com o transporte metropolitano."

A administração de Santo André informou que colisões são registradas nas rotatórias dos cruzamentos da Avenida dos Estados com as avenidas Antônio Cardoso, Alameda Martins Fontes e Avenida da Paz. Todas, segundo o órgão municipal, possuem câmeras de monitoramento.

Ações de educação de trânsito são a saída encontrada pela Prefeitura de Ribeirão Pires, onde colisões ocorrem com maior frequência nas avenidas Francisco Monteiro, Brasil e Humberto de Campos.

Em Diadema, a Prefeitura informou que faz monitoramento do trânsito nos pontos mais críticos, e que está levantando os locais onde acontecem acidentes com regularidade.




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