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Crescente mercado de licenciamento atrai as microempresas
Daniel Trielli
Sucursal Diadema
28/06/2007 | 07:06
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A Gulliver lança bonecos do personagem Chaves. O Mc Donald's cria sanduíches com o tema Shrek. Agendas e cadernos estampam Harry Potter na capa. Os licenciamentos de marcas estão aqui para ficar, seja em roupas, lancheiras, artigos de beleza ou qualquer uma das mais diversas possibilidades. Isso porque é um bom negócio: produtos ligados a um personagem, marca, ou celebridade vendem 45% a mais do que um similar não licenciado, segundo dados da Abral (Associação Brasileira de Licenciamento).

“O licenciamento é uma arma que, se bem utilizada, pode fazer a diferença em um ponto de venda”, explica o vice-presidente do conselho consultivo da entidade, Márcio França Domingues.

O bem licenciado vem de encontro com o fortalecimento das grandes redes varejistas. Com os pontos de venda mais concentrados, a seleção de itens a serem comercializados fica cada vez mais competitiva. “Com licenciamento é mais fácil colocar o pé dentro de uma grande rede varejista”, diz Domingues.

Por conta dessa vantagem financeira e estratégica, as parcerias entre fabricantes de produtos e detentores de marcas tem crescido cada vez mais – anualmente, a taxa de expansão desse mercado no País oscila entre 7% e 14%. Só no ano passado, segundo a Abral, o valor total de produtos do gênero comercializados pela indústria ao varejo chegou a R$ 3 bilhões. Apenas em royalties foram pagos R$ 180 milhões aos detentores das marcas. “É um número que nos deixa ao lado da Índia e um pouco abaixo da China”, diz Domingues.

Engana-se quem acha que esse mercado só fica entre as grandes indústrias. Representantes da Abral estiveram quarta-feira na sede do Sebrae-SP, na Capital, para dar uma palestra sobre as possibilidades de licenciamento para as micro e pequenas empresas.

Um empreendedor que busca oportunidade de negócios é Everton Carajeleascow. Com apenas 18 anos, o morador de São Bernardo quer ser agente de licenciamento – fazer a ponte entre o detentor de uma marca e as fábricas. “O Grande ABC é muito forte em indústria, mas a minha idéia é trabalhar no Estado todo”, diz. “Licenciamento é um mercado que não tem fim.”

Mesmo assim, Carajeleascow sabe que não é possível depender só de um nicho – é preciso ter um Plano B. Por isso, ele faz Engenharia na FEI. “Essa seria minha profissão de retaguarda se o mercado de licenciamento não der certo.”




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