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Sessão de cinema andreense
Por Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
28/04/2005 | 12:09
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Os 452 anos de Santo André continuam a render assunto para a programação cultural da cidade. O Sesc, que tem abrigado parte honorável dos eventos de aniversário, abre seu auditório nesta quinta-feira para uma festa, ou melhor, um petit comitê audiovisual com a mostra de quatro trabalhos da primeira turma formada pela ELCV (Escola Livre de Cinema e Vídeo de Santo André). A entrada para a exibição, às 19h30, é franca.

A mostra no Sesc reúne praticamente a metade das produções já chanceladas pela ELCV – até agora, foram finalizadas nove obras – desde 2001, ano de sua criação. Dos quatro filmes exibidos nesta quinta-feira, três são dissidentes do projeto, definitivamente abortado, de O Trem, longa-metragem em episódios que teria o transporte ferroviário como ponto de liga narrativa. “O Trem descarrilou”, brinca Eduardo Gonçalves, coordenador da Escola. “Tivemos alguns problemas, por exemplo, com locações para as filmagens em estações de trem e vagões. O (média-metragem) Tomé não foi aprovado pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, administradora da ferrovia), que alegou que algumas questões tratadas pelo filme são contrárias à imagem que a empresa tenta reverter, de que o trem não é um transporte seguro”, diz Gonçalves.

E é justamente Tomé, da dupla Fábio Zerloti e Wilson Julião, um dos vídeos programados para a exibição no Sesc. No lugar de estações e vagões, os ambientes que comportam a melancolia do voyeur-protagonista do filme são os parques andreenses. Também egressos do extinto longa são Aviso Prévio (de Diaulas Ulysses), que acompanha os dramas de três faxineiras de trens, e A Última Composição, de João Emerson Rocha. Este último, acerca de uma relação familiar que se reconstrói dentro de um vagão, será mostrado ao público pela primeira vez, assim como 135, de Fabio Diaz Camarneiro e cujo tema são as solidões granuladas pelas metrópoles.

Atualmente, está em curso na ELCV uma segunda turma, com 60 alunos separados em aulas de produção, fotografia, roteiro e direção. Pode ser que desta vez, descontados os acidentes de percurso, saia o longa-metragem coletivo. “Não podemos esquecer que o ‘livre’ que vem no nome da escola não é enfeite. O projeto final desta turma não precisa ser necessariamente um longa; pode ser um seriado ou um projeto para internet. Tudo pode acontecer”, afirma o coordenador.

Mostra da Escola Livre de Cinema e Vídeo – Exibição de vídeos. Nesta quinta-feira, às 19h30, no auditório Sesc Santo André – r. Tamarutaca, 302. Tel.: 4469-1200. Entrada franca.



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