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Servidores protestam com chuva de bananas
Por Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
03/03/2011 | 07:01
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Ricardo Trida/DGABC


Após o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), não oferecer contraproposta à campanha de reajuste salarial de 2011, cerca de 150 funcionários públicos organizaram protesto em que atiraram quatro caixas da banana no hall do Paço. De acordo com a categoria, o ato foi uma retribuição da ‘banana' que receberam do prefeito.

O ato teve início por volta das 19h, quando o presidente do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) de São Bernardo, Carlos Roberto da Silva, o Ketu, surpreendeu o funcionalismo ao anunciar a munição do protesto. "Ele (Marinho) nos ofereceu uma banana, então vamos retribuir", declarou. Os servidores correram para pegar as frutas. Alguns até degustaram a especiaria tropical. "Sem reajuste, não temos banana na cesta básica", comentou Severino da Veiga Braz, ao morder uma banana.

ECS10.4m seguida, os manifestantes seguiram para o hall de serviço da Prefeitura, localizado em frente à entrada da Câmara. Gritos como "brincalhão", "desrespeito" e "prefeito banana, cadê a nossa grana?" foram propagados. O vice-presidente do Sindserv, Benedito da Silva Lemes, conhecido como Ditinho da Congada, ‘congou' em cima das frutas. Rapidamente, funcionários da limpeza passaram a recolher as bananas com baldes e sacos de lixo. Apesar de todo o alvoroço, nenhum vereador ou representante do Executivo compareceu ao protesto para tentar dialogar.

O Sindserv pleiteia reposição completa das perdas salariais acumuladas desde 1997. De acordo com Ketu, somente no governo Marinho (início em 2009) a desvalorização acumula 20% e de 1997 a 2007 mais 60%. "Nos disseram que ainda não tinham feito um estudo sobre as finanças para poder fazer uma contraproposta", informou Ketu. No entanto, Prefeitura e sindicato se reuniram em duas ocasiões, e a cobrança da categoria ocorreu durante os dois primeiros meses do ano. O último encontro foi ontem.

Na gestão petista, só houve aumento do piso salarial de R$ 609, 96 para R$ 703,80 (para parte dos servidores) e do vale-refeição de R$ 5 para R$ 8. "Eles precisam lembrar da origem de sindicalistas e trabalhadores e nos valorizar. Nós somos as engrenagens da máquina pública e sem salário ela vai parar", ameaçou Ketu. Marinho foi eleito com apoio dos funcionários. No início do mandato, o líder sindical chegou a elogiar a conduta petista. "Mas agora não podemos ficar só no diálogo, temos que receber propostas."

Além da campanha de reajuste, o sindicato discute a criação do PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários) e mudanças na contribuição do trabalhador para a Previdência Social. "Eles atrasam tudo, como vamos dar continuidade às outras propostas?", questionou Ketu, que prometeu entregar carta informativa ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobre a conduta do afilhado político Marinho.

A Prefeitura informou que a Secretaria de Administração e Modernização continua aberta para negociações.

 

Funcionalismo de Sto.André opta por manter biênio

 

Havolene Valinhos

Dos 7.600 servidores públicos da Prefeitura de Santo André, 4.360 haviam votado, até a tarde de ontem, sobre os rumos do PCCV (Plano de Carreira, Cargos e Vencimentos). Do total de votantes, 4.185 optaram pela proposta D, que significa a manutenção da atual situação, de conservação do biênio (aumento de 4,5 % a cada dois anos).

Há promessa por parte da administração de que reabriria o diálogo com o Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) para construir outro plano se a alternativa fosse a preferida na eleição. A votação pela internet começou no dia 28 e estava prevista para terminar ontem às 23h59.

De acordo com o resultado parcial, a alternativa A tinha 79 votos; a B, 55, e a C, 41. Os dois pontos comuns nas três propostas são substituição do biênio por anuênios, com porcentagens menores à parcela dos funcionários, além de avaliação individual e reajuste salarial para os melhores. Embora as opções de planos tenham sido elaboradas para três categorias diferentes (quadro geral, magistério e guarda civil), por conta do estatuto que os rege, o resultado será divulgado de forma consolidada.

Nas últimas semanas, o Sindserv pressionou os vereadores e a gestão petebista para desistir do plano e do processo de votação eletrônico. Entre as alegações do sindicato estavam a falta de conhecimento de informática por boa parte dos servidores. Mas, as críticas giraram especialmente em torno das propostas, que segundo os sindicalistas não foram debatidas, conforme prometido pelo prefeito Aidan Ravin (PTB) quando disputava o Paço em 2008.

O secretário de Planejamento e Orçamento, Arnaldo Augusto Pereira, disse que o resultado seria respeitado. "O diálogo será reaberto, porém não temos prazos para a apresentação de novo plano e não deve ter mudanças radicais."

A Prefeitura informou que, após o Carnaval, o prefeito convocará representantes do Paço, Sindserv e vereadores para discutir ideias para um possível novo plano.

A presidente do Sindserv, Fátima de Carvalho, espera que o Executivo cumpra a palavra e "construa com os servidores" um plano de carreira. "Eles não querem abrir mão de um direito adquirido que é o biênio."

A folha de pagamento do Paço hoje só com a administração direta é de R$ 28 milhões mensais.




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