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Cidade dos Gigantes
14/04/2011 | 07:00
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Uma região de cânions, cachoeiras, rio subterrâneo e cavernas com inscrições rupestres pode ser transformada no maior geoparque do Estado de São Paulo. A proposta foi elaborada por prefeitos da região sudoeste paulista, onde fica o Cânion do Itanguá, com formações semelhantes ao do Parque Estadual de Vila Velha, no Paraná. A área do que pode ser o futuro Geoparque Itanguá engloba quatro municípios, a partir de Itapeva, numa extensão de 80 quilômetros, abrangendo ainda Nova Campina, Itararé e Bom Sucesso de Itararé.

De acordo com o prefeito de Itapeva, Luiz Cavani (PSDB), a proposta aprovada pelos 32 prefeitos que integram o Consórcio de Desenvolvimento das Regiões Sul e Sudoeste (Condersul) será apresentada ao secretário de Turismo do Estado, Márcio França. "O primeiro passo será criar um grupo de trabalho para definir o projeto."

Foi proposto o formato de geoparque porque é o modelo que mais se aproxima das características da região, segundo o secretário de Cultura e Turismo de Itapeva, Davidson Kaseker. "A diversidade geológica do Escarpamento Estrutural de Furnas, que forma o Cânion de Itanguá, é estudada no meio acadêmico, bem como os demais atrativos naturais como cachoeiras, rios, cavernas e sítios arqueológicos."

As formações da ‘Cidade dos Gigantes', como é conhecido o cânion, são semelhantes às encontradas no Parque Estadual de Vila Velha, no Paraná, um dos principais geoparques brasileiros. O vento, a chuva e outros processos erosivos ao longo de milhões de anos esculpiram figuras nas rochas de arenito. Em dois abrigos sob a rocha foram descobertas pinturas e gravuras de povos primitivos que habitaram a região.

As inscrições rupestres, achadas em 1878 pelo pesquisador Orville Derby, ainda não foram devidamente estudadas. O Rio Itararé, na divisa de São Paulo com o Paraná, cai num sumidouro e tem um longo trecho subterrâneo. No local conhecido como Barreira, as águas correm por uma fenda profunda.

Um processo para o tombamento da região como monumento geológico foi iniciado em 1980 por Ruy Ohtake, então presidente do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico Artístico e Turístico do Estado). Com vários pareceres favoráveis, o processo foi arquivado em 1986 por falta de recursos e só foi retomado no ano passado. Em fevereiro de 2010, o conselheiro Dalmo Rosalém visitou o local e opinou pela criação de um parque turístico "de maior abrangência que o de Vila Velha, no Paraná, dada a pujança e magnitude dos monumentos, associadas à beleza cênica do conjunto, requerendo medidas imediatas e urgentes para preservação e exploração turística".

O Estado de São Paulo possui dois geoparques: o da Rocha Moutonée, em Salto, e o Parque do Varvito, em Itu.




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