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Relíquias contam história da região
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
31/01/2004 | 17:40
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Quem pensa que trechos da história do Grande ABC só podem ser encontrados nos livros se engana. Não raro, antigüidades surgem da terra vermelha durante escavações para obras públicas e até mesmo na construção de obras particulares. Recuperadas, essas relíquias podem ser vistas nos museus da região.

Em Mauá, por exemplo, vestígios da capital da porcelana continuam soterrados, como objetos da época da escravidão. Em São Caetano, parte do que marcou a vivência dos beneditinos no século XVIII, ficou por muitos anos sob a atual igreja São Caetano.

É por causa do valor histórico da descoberta de cada um destes tesouros subterrâneos que, em 1998, o médico Otaviano Gaiarsa resolveu enterrar no Centro da cidade um pouco da história que viveu em Santo André desde 1912 – ano de seu nascimento.

Foi durante a reforma do casarão onde hoje funciona o Museu Municipal Barão de Mauá, naquele município, na década de 80, que correntes usadas pelos capatazes para punir escravos foram encontradas. Cogita-se ainda que na cidade haja resquícios de aldeias indígenas que foram aterradas.

“Em 1997, o proprietário de um pesqueiro na área de mananciais de Mauá levantou a suspeita da existência de uma pedra da época da sesmaria (quando as terras brasileiras foram demarcadas)”, contou a diretora do museu, Silvia Ahlers. “Mas, mesmo depois de contatos com o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional), nunca achamos a falada pedra.”

Na cidade, pedaços de porcelana são encontrados a palmos do chão principalmente nos bairros mais antigos, como o da Matriz, Vila Vitória e no Centro. Segundo Silvia, a maior parte das casas erguidas em terras mauaenses tem porcelana nos alicerces.

“O achado mais recente foi na construção do Mauá Plaza Shopping. Nas escavações, encontraram camadas de porcelana.”

Cofre – Em São Caetano, traços do passado também ressurgiram durante a remoção de terra para a construção da estação, na década de 80. Durante as obras, os operários encontraram o cofre da empresa Corazza, que funcionou no local por anos.

Para retirar o trambolho, a Prefeitura teve de pedir socorro a um guindaste. O cofre pesava cerca de quatro toneladas. Hoje, está no museu da cidade, junto com as peças da época dos beneditinos.

Outra parte da história dos primórdios do Grande ABC está embaixo das ruas do Centro de Santo André. Em 1998, durante as obras de drenagem na rua Monte Casseros, foi encontrada uma galeria subterrânea feita em pedra argamassada. A técnica data da década de 30.




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