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Ex-presidente boliviano poderá ser extraditado dos EUA
Por Da AFP
19/09/2004 | 15:10
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O ex-presidente da Bolívia Gonzalo Sánchez de Lozada, atualmente nos Estados Unidos, será extraditado para a Bolívia, caso não volte espontaneamente para responder pelos fatos violentos de outubro de 2003, que deixaram 56 mortos. O aviso foi feito pelo promotor-geral, César Suárez, em entrevista divulgada neste domingo pelo grupo de mídia Líder.

O titular do Ministério Público, que há um mês substitui Oscar Crespo, um advogado com laços estreitos com a administração anterior, disse que a extradição do ex-chefe de Estado seria solicitada uma vez que o Congresso Nacional autorize o julgamento de responsabilidades que várias organizações de direitos humanos solicitam.

"Se (ele) não se apresentar espontaneamente, está contemplada sua extradição", disse Suárez, que afirmou, ainda, que "se (o ex-presidente) presume que é inocente, tem que vir e demonstrar sua inocência" e que no julgamento, que será debatido na Suprema Corte de Justiça, também deverão estar os ex-ministros que o acompanharam em seu acidentado governo.

Após 14 meses à frente do governo do país, Sánchez de Lozada se viu forçado a renunciar em 17 de outubro de 2003, depois que uma insurreição popular se opôs aos seus planos de exportar gás para os Estados Unidos através de um porto chileno.

O Congresso Nacional tem na sua agenda o tratamento da demanda apresentada contra o ex-presidente, que é acusado da morte de 56 civis nas jornadas de outubro, de má gestão de dinheiro público, conduta antieconômica, resoluções contrárias à Constituição e de impedir o trabalho da imprensa, explicou Suárez. Ativistas dos direitos humanos também pedem que ele seja processado pelos 28 mortos e dezenas de feridos, entre civis e policiais, deixados pela repressão militar de 12 e 13 de fevereiro de 2003.

Neste domingo, foi lembrado na Bolívia o primeiro ano da violenta repressão na comunidade camponesa de Warisata, 70 km a oeste de La Paz, que provocou a morte de uma menina de oito anos e marcou o início da queda do governo.

Por meio de um vídeo gravado transmitido neste domingo por várias emissoras locais de televisão, Sánchez de Lozada disse não ser o "único artífice" dos violentos fatos e pediu uma "profunda investigação" para estabelecer responsabilidades.

O ex-chefe de Estado e o ex-ministro da Defesa, Carlos Sánchez Berzain, estão nos Estados Unidos desde 18 de outubro de 2003.




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