Setecidades Titulo Vítimas fatais
Homens representam 85,7% das mortes em acidentes de trânsito

De acordo com dados do Infosiga, dos 112 óbitos registrados no Grande ABC no 1º semestre do ano, 96 vítimas são do sexo masculino; região contabilizou 3.891 acidentes no período

Joyce Cunha
Do Diário do Grande ABC
02/08/2022 | 00:01
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O Grande ABC registrou 112 mortes em 3.891 acidentes de trânsito no primeiro semestre do ano. Os homens são a grande maioria nas ocorrências fatais: 85,7% das vítimas, ou 96 dos mortos, são do sexo masculino. No período, 14 mulheres perderam a vida em acidentes viários na região. 

As estatísticas fatais entre homens nas sete cidades superam, proporcionalemnte, os indicadores do Estado. Dos 2.577 óbitos ocasionados por acidentes de trânsito em São Paulo, entre janeiro e junho, 2.138 vítimas são do sexo masculino, 83% do total. Em todo o território estadual, 423 mulheres morreram em ocorrências de trânsito nos seis primeiros meses do ano. Os dados são do Infosiga SP, plataforma gerenciada pelo programa Respeito à Vida, do Governo do Estado.

Na avaliação do sociólogo e consultor em segurança viária, Eduardo Biavati, a disparidade dos índices entre os sexos pode ser explicada pela exposição ao risco. “Essa é uma caracteristica histórica não apenas do Brasil. Até os 45 anos, morrem muito mais homens (em acidentes de trânsito). O número de habilitações para motos é menor entre mulheres, por exemplo, o que deixa os homens em maior exposição ao risco no universo da mobilidade”, sinalizou o especialista. 

A taxa de mortalidade no trânsito, entre janeiro e junho, foi maior em acidentes envolvendo motos. Dos 112 óbitos registrados no período, 48 foram de motociclistas, 42,8% do total. Na sequência de casos fatais aparecem pedestres, em 31,2% das ocorrências, o que representa 35 mortes, e pessoas acidentadas em automóveis, 14,3% dos casos, ou 16 vítimas. No período, 63 condutores perderam a vida, o que representa 56,2% dos óbitos. Passageiros são 6,2% dos mortos em acidentes de trânsito. 

“A exposição dos homens a acidentes também pode estar relacionada à quantidade de horas de viagem percorridas em ambientes rodoviários e urbanos. Por isso podem aparecer com maior frequência em eventos de colisão”, exemplificou Biavati. 

O especialista indica que o distanciamento da quantidade de óbitos por sexo é reduzido nos registros acima dos 45 anos. “Especialmente a partir dos 60 anos. Os dados começam a se equilibrar conforme a idade avança, porque, infelizmente, as mulheres aparecem com maior incidência entre vítimas fatais de atropelamentos”, disse.

ACIDENTES FATAIS

Entre janeiro e junho deste ano, o município com a maior taxa de mortalidade em acidentes de trânsito na região foi Diadema, com vitimas fatais em 3,1% dos casos, o que representa 19 mortes em 575 ocorrências. Na sequência, 42 pessoas perderam a vida em casos registrados em São Bernardo, 3% dos 1.396 incidentes. 

Mauá teve 448 acidentes no período, com 13 mortes (2,9%); em Santo André foram 28 óbitos em 1.062 ocorrências (2,6%); Ribeirão Pires contabilizou 6 vítimas fatais em 188 acidentes (2.6%); e São Caetano teve 4 mortes em 181 incidentes (2,2%). Rio Grande da Serra, que registrou 41 acidentes de trânsito nos seis primeiros meses do ano, não teve vítimas fatais, de acordo com o Infosiga SP. 

Vias municipais registram a maioria dos casos fatais

A maior parte dos acidentes com vítimas fatais na região entre janeiro e junho deste ano foi registrada em vias municipais. Das 112 mortes contabilizadas no primeiro semestre, 79 ocorreram em ruas e avenidas que estão sob responsabilidade das prefeituras, 70,5% dos casos. Neste período, 24 pessoas perderam a vida em rodovias estaduais, 21,4% do total. Sete mortes não tiveram o local do acidente especificado. Os dados são do Infosiga SP.

“Faltam investimentos em fiscalização e em campanhas de conscientização para a redução dos acidentes”, avaliou Eduardo Biavati, sociólogo e consultor em segurança viária. Para o especialista, a falta de planejamento urbano também contribui para o índice elevado de mortes em acidentes em vias municipais.

As prefeituras do Grande ABC afirmam realizar ações de educação para o trânsito e investir em melhorias no sistema viário. A Administração de Santo André informou que para reduzir o número de acidentes, implantou o Comitê de Segurança de Sinistros de Trânsito para fazer estudos em locais com maiores índices de ocorrências. O reforço à fiscalização, com a Operação Fluidez, e a abertura do Centro de Educação para Mobilidade, no Sabina Parque Escola, foram destacados. 

A Prefeitura de São Bernardo listou, entre as medidas para a redução de acidentes, a ampliação de ciclovias, a implantação de corredores exclusivos de ônibus e a adesão do município a campanhas de educação, entre as quais o Maio Amarelo. A revitalização da malha viária e uso de fiscalização eletrônica estão entre as ações mencionadas pela Prefeitura de São Caetano para a prevenção de ocorrências de trânsito. 

Diadema informou que trabalha para a redução de acidentes por meio de Plano Municipal de Mobilidade, que inclui o aumento de espaço para ciclistas e pedestres, além do incentivo ao transporte coletivo. Mauá informou que atua em ações voltadas à travessia segura, com revitalização de sinalização. Ribeirão Pires informou trabalhar em ações de educação para o trânsito.




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