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Taxa de cesárea na região é 4 vezes maior do que a indicada pela OMS

Em 2019, 61% dos partos nas redes pública e privada precisaram de intervenção cirúrgica

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
29/09/2020 | 00:01
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Pixabay


Apesar de ser a forma mais indicada para que crianças cheguem ao mundo, os partos normais acontecem menos do que o recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), que estabelece taxa máxima de 15% de nascimentos cirúrgicos. No Grande ABC, a taxa de cesárea no ano passado foi quatro vezes maior, de 60,9%.

Os dados de 2019 são preliminares e mostram pequena queda desde 2015 na proporção de partos normais e cesáreas nas cidades da região (veja os números na tabela abaixo). São computados nascimentos ocorridos em hospitais públicos e particulares. A taxa do Grande ABC é maior do que a do Estado (58,8%) e do Brasil (56,3%). Os números são do DataSUS, banco de dados do Ministério da Saúde.

A coordenadora de exportações Julia Michielin de Santi, 35 anos, moradora de Santo André, teve gestação de risco em 2017. Preocupada com as questões de saúde, situação agravada pela perda repentina da mãe, acabou deixando de lado os preparativos e avalia que isso influenciou no desfecho da gestação, que culminou em cesariana para trazer ao mundo o pequeno Eduardo, 2.

Grávida de 31 semanas, Julia está agora em busca do parto normal. “Nesta gestação estou me preparando melhor, tanto do ponto de vista físico quanto emocional. Agora estou fazendo muitas coisas diferentes, contratei doula (profissional que acompanha a mulher durante gestação e parto para amparo físico e psicológico) e espero que saia tudo como planejo”, completou.

Para auxiliar gestantes como Julia, A Casita, espaço em Santo André para gestação, parto e pós-parto, realiza uma semana inteira dedicada a informar, conscientizar e empoderar as mulheres em busca do parto normal. Entre hoje, 29 de setembro, Dia do Parto Normal, e segunda-feira, serão realizadas atividades on-line de conscientização e informação.

“O objetivo principal é fazer as pessoas refletirem, pesquisarem e se informarem através de fontes seguras sobre o que é de verdade o parto normal e, consequentemente, a assistência humanizada” explicou a psicóloga Carla Capuano, idealizadora da A Casita e uma das organizadoras da campanha. “Nem todas as mulheres terão um parto normal, mas isso não as impede de ter uma experiência segura, respeitosa e prazerosa”, completou.

O Dia do Parto Normal foi instituído no ano passado, por profissionais de saúde ligados à humanização do parto, que sentiram a necessidade de difundir tudo que cerca o parto normal e a devolução do protagonismo da mulher neste momento. Este é o segundo ano em que a A Casita prepara atividades para marcar a data.

Na programação estão lives e apresentações de profissionais sobre como as mulheres podem aumentar suas chances de ter parto normal, indicações reais de cesariana, sobre parto em casa, o papel do pai e da rede de apoio, como se preparar para um parto normal, entre outros. No Instagram da A Casita (@acasita.abc) é possível conferir a programação completa e o link para as transmissões que serão feitas pelo Google Meet. 




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