Setecidades Titulo Mobilidade urbana
Sincronização semafórica tem
avanço tímido no Grande ABC

Apenas 34% dos 1.148 sinais da região contam com tecnologia que melhora fluidez do trânsito

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
22/09/2018 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 O processo de sincronização de semáforos envolvendo os principais cruzamentos do Grande ABC ainda está longe de tornar-se realidade em 100% das sete cidades. Dados repassados pelas prefeituras ao Diário mostram que apenas 392 dos 1.148 pontos semaforizados da região possuem integração com o sistema tecnológico, o equivalente a 34% do total. 

Discutido há pelo menos cinco anos de forma regional, o processo de sincronização tem como objetivo proporcionar a chamada ‘onda verde’, quando o motorista consegue passar por longo trecho de uma via sem ter de parar no sinal vermelho. No entanto, com avanços tímidos na região, a eficiência da tecnologia tem sido colocada em xeque.

Visto como um sistema eficiente, a ferramenta de sincronização, segundo técnicos da área, demanda alto custo de investimento e, por isso, ainda é pouco utilizada na região. “O sistema viário não tem mais espaço para crescer. Por isso, a sincronização tem um papel fundamental. Mas ainda é preciso ter uma integração regional para que o sistema avance”, explica Carlos Rambaiole, diretor de engenharia e tráfego de Santo André.

O baixo índice de semáforos adaptados à tecnologia, segundo agentes, tem engessado o sistema. “Sem a sincronização, ficamos limitados em alterar o tempo dos semáforos, o que agrava congestionamentos”, explica um agente de trânsito de Mauá que não quis se identificar.

A tecnologia hoje está presente apenas em pontos estratégicos dos municípios, sem qualquer ligação entre as cidades. Ou seja, motoristas ainda ficam presos nas áreas de divisa, um dos principais gargalos da região.

Nos últimos anos, apenas Santo André investiu na instalação de central de monitoramento interativa na região. Localizada no prédio onde funciona o DET (Departamento de Engenharia de Tráfego) do município, a central de mobilidade permite controlar em tempo real semáforos instalados no corredor formado pelas avenidas Santos Dumont e Giovanni Batista Pirelli. 

Na tentativa de ampliar o sistema, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC tem debatido, dentro do IUC (Programa Internacional de Cooperação Urbana), da União Europeia, projeto de central regional que seria responsável pela sincronização semafórica da região. A ideia é trazer rapidez aos deslocamentos hoje existentes em países da Europa. A expectativa, segundo a entidade regional, é apresentar a proposta ainda neste ano.

Em paralelo, municípios afirmam estudar medidas de ampliar o número atual de pontos sincronizados. Até a primeira quinzena de outubro, Santo André promete adaptar mais 17 pontos da cidade à tecnologia.

Por meio de nota, a Prefeitura de São Bernardo afirma que mantém estudos para melhorias e expansão deste índice, tendo como critério regiões onde há percepção de aumento de veículos e alteração de circulação em virtude das obras de Mobilidade Urbana em curso na cidade.

Mauá diz também articular, em conjunto à empresa contratada responsável pelo sistema, estudos para futuras ampliações.

Em Ribeirão Pires, onde existem 26 conjuntos semafóricos, a Prefeitura avalia a implantação de novos semáforos com o sistema.




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