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Bispos alemaes buscam soluçao razoável para o aborto
Por Do Diário do Grande ABC
21/06/1999 | 11:49
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A Conferência Episcopal alema vai tentar encontrar uma ``soluçao razoável' para o dilema da Igreja Católica causado por uma carta de Joao Paulo II sobre o aborto, anunciou esta segunda-feira o mosenhor Karl Lehmann, presidente da conferência.

Segundo a imprensa alema, o Papa intimou a Igreja Católica alema a parar de emitir antes do final do ano os certificados que hoje permitem às mulheres abortar legalmente.

O aborto continua sendo proibido na Alemanha, mas foi decriminado no caso de as mulheres recorrerem previamente a um centro de assistência social que as aconselha e lhes concede o certificado.

Em entrevista coletiva concedida esta segunda-feira, imediatamente após o início de uma reuniao de dois dias da Conferência Episcopal em um mosteiro em Wuerzburgo (Sul da Alemanha), o monsenhor Lehmann, bispo de Moguncia (a oeste), disse que o papa ``nao exige diretamente' que a Igreja alema renuncie a seu papel de conselheira das mulheres que querem abortar.

Os bispos vao analisar este documento e avaliar sua margem de manobra, continuou Lehmann, sem dar maiores detalhes sobre a carta de Joao Paulo II.

Monsenhor Lehmann informou ainda que nesta reuniao a Conferência Episcopal alema nao tomará necessariamente uma decisao definitiva a respeito e estimou que a decisao pode ser tomada apenas no próximo outono (boreal).

No entanto, a Conferência Episcopal publicará esta quarta-feira o resultado de suas deliberaçoes durante estes dois dias de reuniao.

Segundo o jornal Frankfuerter Allgemeine, o papa Joao Paulo II teria reconhecido em sua carta a necessidade de a Igreja Católica alema dar um apoio às mulheres que querem abortar, mas teria ordenado ao mesmo tempo que pare de emitir os certificados que atestam sua consulta a partir de 1º de janeiro de 2000.

Em janeiro de 1998, Joao Paulo II já havia pedido aos bispos alemaes que proibissem aos centros católicos de assistência (270 dos 1.690 existentes no país) de entregar os certificados em questao para nao envolver a Igreja no assassinato de crianças inocentes.

O problema é que se estes certificados nao forem entregues, os centros católicos poderiam ser simplesmente fechados e a Igreja Católica, excluída deste dispositivo de assistência.




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