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Coração necessita de atenção redobrada

Quase metade dos óbitos por doenças cardíacas está no período mais produtivo da vida

Por Vanessa Oliveira
Do Diário do Grande ABC
19/09/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC


As doenças cardíacas são as que mais matam dentre todas as enfermidades existentes e quase metade dos óbitos acontece no período mais produtivo da vida, entre 15 e 69 anos de idade. Diante disso, especialistas alertam sobre a necessidade de cuidados redobrados com o coração. “A introdução de alimentos industrializados com alto teor de gorduras saturadas e excesso de sal, a explosão de obesidade, o nível de estresse, sedentarismo, tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas contribuem para isso”, explica o cardiologista Fernando Costa, do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, que, neste mês, promove a campanha Setembro Vermelho, para alertar a população sobre a prevenção de doenças cardiovasculares.

Em Santo André, 217 pessoas morreram no primeiro trimestre deste ano por doenças cardiovasculares (os demais meses não foram informados). O número de internações na rede pública, na comparação do primeiro semestre de 2015 com o mesmo período de 2016, teve alta de 21,28% (passou de 1.156 para 1.402 casos). A maior incidência dessas internações foi verificada nas idades superiores a 35 anos e prevalece no sexo masculino em todas as faixas etárias analisadas.

Em Diadema, os dados passados pela Secretaria municipal de Saúde compreendendo os meses de janeiro a agosto mostram o registro de 65 óbitos em 2015 e 36 nos primeiros seis meses deste ano. Já o número de internações contabilizou 807 e 599, respectivamente.

A Prefeitura de Mauá informou que, nos primeiros sete meses do ano passado, 819 pacientes morreram por doenças cardíacas no sistema de Saúde do município e, no mesmo período deste ano, 712. Sobre as internações, divulgou as registradas de janeiro a junho: 1.917 em 2015 e 1.337 em 2016.

São Caetano informou somente o total de pacientes internados: 685 nos setes meses do ano passado e 375 neste ano. As demais cidades não retornaram os dados solicitados.

Das mortes relacionadas às doenças do coração, 80% poderiam ser evitadas por meio de simples atitudes incorporadas ao dia-a-dia. “Praticar atividade física regular, ficar com o peso dentro de metas consideradas ideais, evitar nervosismo e procurar sorrir. O cigarro, gorduras e o sal também contribuem enormemente para o desenvolvimento das doenças do coração”, fala Costa.

Antes de sofrer um infarto, em junho de 2012, o aposentado José Marco Checon, 68 anos, de Diadema, não se encaixava nas ações listadas pelo especialista. “Na família não tem ninguém que teve esse problema, então, eu não ligava muito para isso. Enquanto a dor não aperta, a gente não muda”, conta.

“Descendentes de famílias com histórico de infarto ou derrame deverão conhecer, por volta dos 18 anos, seus níveis de colesterol, glicemia e de outros exames de sangue. Os que não têm histórico familiar devem se preocupar com isso após os 25 anos”, ressalta o médico.

Checon passou a caminhar todos e dias e fazer exercícios em academia ao ar livre, além de se alimentar de forma mais saudável. Sentindo-se mais disposto, ele deixa a dica: “Digo a todos: evitem o sedentarismo e a má alimentação, pois assim evitarão os males que eles podem provocar.”




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