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Mesmo sem aval, Aidan abre portas para Araújo
Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
06/06/2016 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


O ex-prefeito de Santo André e pré-candidato ao Paço pelo PSB, Aidan Ravin, revelou tratativas de seu grupo junto às esferas estadual e federal do PSD na tentativa de conquistar o apoio do partido, liderado no município pelo vereador José de Araújo, líder do governo Carlos Grana (PT). O parlamentar e a sigla, da qual é presidente, estão no arco de aliança petista. Ele também ocupou função idêntica durante o mandato do socialista (entre 2009 e 2012), que vislumbra a hipótese da adesão ao projeto oposicionista diante do rompimento político entre pessedistas com o PT em Brasília. “Já teve conversas (com as direções). Araújo é pessoa com quem temos boa relação, foi vereador comigo (de 2005 a 2008), líder de governo. Interessa sempre”, afirmou Aidan.

Próximo do período de votação do aval ao processo de impeachment na Câmara Federal, em abril, o então ministro das Cidades e presidente nacional licenciado do PSD, Gilberto Kassab, deixou o cargo e anunciou a ruptura. A saia justa com o petismo desfez possíveis proximidades eleitorais, inclusive em municípios com grande número de eleitores. Com o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) do poder do Planalto e a posse de Michel Temer (PMDB) como interino, o líder pessedista retornou ao governo no comando do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

Diante do impasse na Capital Federal, Grana se reuniu, recentemente, com integrantes da executiva paulista do PSD. A princípio, após o encontro, ficou acertado que o partido – esvaziado de lideranças políticas, tendo como principal expoente apenas Araújo, atualmente no sétimo mandato na Câmara – permaneceria na coligação governista. O vereador, inclusive, participou sexta-feira da plenária promovida pelo PT para apresentação de pré-candidatos à vereança, embora haja descontentamento do parlamentar com o fato de a bancada petista, com cinco componentes, ter negado aliança proporcional com o petismo, que aproximou-se do PDT. O PSD local, por sua vez, ainda não tem coligação fechada, o que gera incertezas.

Aidan mencionou que para trazer Araújo necessita pensar em “acomodação”. Para o ex-prefeito, não dá para consolidar o suporte e “queimar aqueles que já fazem parte” da aliança, formada atualmente por PSB, PRP, PEN, PSDC, PP e PMN. “Daria para acoplar, por exemplo, em uma quarta chapa (proporcional). Mas só vou caminhar com tratativas depois de conversa aqui no município. Não passo por cima. As portas estão abertas, só que depende dessas conversas”, pontuou o socialista.

Araújo descartou qualquer acordo com Aidan nesta empreitada eleitoral. Segundo o pessedista, o encaminhamento da adesão “está resolvido e assegurado”. “Não tenho nada contra a pessoa do Aidan. Existe boa relação (com ele), mas, no caso político, o partido e nosso grupo definimos e temos compromisso de apoiar a candidatura do Grana e vamos cumprir com essa decisão.”




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