No comando de uma máquina retroescavadeira, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, iniciou ontem de manhã a demolição do prédio onde funcionava o antigo Mercado Municipal, fechado desde 2004. Após derrubar uma parede e quase furar a calçada quatro vezes, Marinho afirmou que o local irá abrigar a sede do Museu do Trabalho e do Trabalhador.
Segundo o prefeito, a iniciativa faz parte do Plano de Valorização do Centro de São Bernardo. "Nossa cidade é rica na relação do mundo do trabalho. Além de refletir bem a história do município, a obra possui intenção turística", disse.
Sem dar detalhes sobre custos e prazos, o chefe do Executivo afirmou que projeto completo do Museu do Trabalhador será apresentado nos próximos 40 dias. "Não temos no Brasil um museu do trabalho e do trabalhador como o que será construído aqui", falou.
A Prefeitura ainda negocia a compra do imóvel - avaliado em cerca de R$ 14,6 milhões - junto ao Fuprem (Fundo de Previdência Municipal). O local foi repassado ao fundo como pagamento de dívidas.
As sedes do Conselho Tutelar, da Cooperativa dos Servidores de São Bernardo e do Rotativo São Bernardo também serão removidas para a construção do museu. Questionado sobre os possíveis destinos, Marinho limitou-se a dizer que "ainda está em estudo". A destruição completa do mercado deve durar um mês.
Inaugurado em 1958 pelo ex-prefeito Aldino Pinotti, a demolição do Mercado Municipal dividiu opiniões.
O aposentado Sebastião Corrêa, 70, que mora próximo ao prédio há 40 anos, lamentou o fim. "Se ainda estivesse funcionando não iria fazer compras em outro lugar. O mercado era muito bom, pena que vai ficar tudo no chão."
Moradora do bairro Baeta Neves, a secretária Cleusa Ramos, 37, comemorou o fim do "reduto de drogados, prostitutas e trombadinhas". "Este prédio virou um verdadeiro lixo. Tinha medo de passar por perto à noite por causa de tanta gente que morava ali dentro e se escondia para assaltar."
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