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Acisa aplica associativismo junto às farmácias e drogarias da cidade
Gabriela Gasparin
Especial para o Diário
06/09/2006 | 00:03
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Farmácias e drogarias de pequeno porte de Santo André receberão auxílio da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) para tocarem seus negócios. A iniciativa foi lançada no início do mês e faz parte do Projeto Empreender - Unir para Crescer, que conta com o apoio do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas) e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo).

Cerca de 15 empresas do segmento reuniram-se na semana passada para a apresentação do projeto. “O objetivo é desenvolver o associativismo no grupo, que é a união de empresas do mesmo segmento para atuarem em conjunto no mercado”, explica a gerente regional do Sebrae no Grande ABC, Josephina Irene Cardelli. De acordo com Irene, o Sebrae oferece capacitação e consultoria aos participantes.

O trabalho consiste na apresentação, por parte das micro e pequenas empresas, dos problemas encontrados no mercado. Após essa etapa, os proprietários discutem atividades conjuntas para resolvê-los, como a compra pelo grupo de uma maior quantidade de produtos a um preço mais barato ou uma campanha conjunta de marketing. “Se necessário, também fornecemos orientações individuais para necessidades específicas de cada estabelecimento”, afirma.

A associação comercial é responsável pela infra-estrutura do projeto. O agente do Empreender da associação de Santo André, Caio Moretti, destaca que a escolha do setor se deve a importância que a atividade ocupa na cidade. Chega a 500 o número de farmácias e drogarias no município.

De acordo com o agente, uma pesquisa realizada com 1.222 empresas participantes da iniciativa em outras cidades revelou que 64% delas obtiveram aumento nas vendas após entrarem no projeto. Outros dados confirmam os bons resultados que o trabalho associado pode oferecer: 59% dos estabelecimentos obtiveram redução de custos junto às compras de materiais; 67% tiveram aumento nos lucros, e; 70% desenvolveram uma melhoria na motivação para gerir o próprio negócio.

Além disso, a iniciativa também colabora para a geração de novos empregos, sendo que 21% dos empreendimentos contrataram novos funcionários. “Num país em que empresas de pequeno porte representam 20% do PIB, esse número é bastante significativo”, diz Moretti.

Dificuldades – Há 23 anos no mercado, a proprietária da Droga Sampazo, Tereza Sampazo, microempresária que está participando do projeto, relata que sua maior dificuldade é competir com os preços oferecidos pelos supermercados, que passaram a comercializar medicamentos. “Faz tempo que não tenho crescimento nenhum de vendas. As grandes redes estão nos sufocando”, diz. Para Tereza, o projeto permitirá que os farmacêuticos se unam para tentear reverter essa situação.

O mesmo quadro é enfrentado por Maria Eunides Nogueira, que há um ano inaugurou a drogaria Ghold-Star e também é associada à iniciativa. “Além de conseguirem oferecer melhores preços, grandes organizações comercializam outros produtos. Nós não temos a permissão de vender nada que não seja medicamento”, disse. Segundo ela, a reunião de apresentação do Empreender foi bastante produtiva. “Estou bastante esperançosa. Acredito que se todos levarem a sério o trabalho podemos conseguir grandes melhorias”.

O Projeto Empreender é realizado no Brasil desde 2001 com empresas de vários segmentos. No Grande ABC, São Caetano, São Bernardo e Diadema também trabalham com a iniciativa. (Supervisionado por Fernando Bortolin)



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