Economia Titulo Montadora
Sindicato rejeita PLR de R$ 4.500 na GM

Entidade considera que valor é baixo; montadora está com produção parada desde início do mês

Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
17/06/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


A GM ofereceu aos cerca de 10,5 mil funcionários de São Caetano antecipação da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) no valor de R$ 4.500, parcela que seria paga no dia 10 de julho. Entretanto, a proposta foi rejeitada pelo sindicato dos metalúrgicos da cidade durante reunião realizada na manhã de ontem.

O presidente da entidade sindical, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, considera que o valor apresentado é baixo e que não atende às necessidades da categoria. “Sabemos que a situação da empresa é complicada, mas não poderemos aceitar qualquer coisa”, comenta. Entretanto, o sindicalista se recusou a informar a quantia que, para ele, seria a ideal. “Tem que chegar em algo que a gente considere acessível”, resumiu.

Diante da recusa, outra reunião será marcada para que as partes tentem chegar a um acordo. Na semana passada, foram estabelecidas as metas que definirão o percentual do valor da PLR que será pago a cada trabalhador.

Cidão afirma que dificilmente haverá decisão sobre o montante total do benefício nas próximas rodadas de negociação. “Em um outro momento, teremos de voltar a conversar para definir o valor da segunda parcela”, complementa. A PLR acordada no ano passado previa pagamento de R$ 13,8 mil caso fossem atingidas 100% das metas. A quantia efetivamente recebida pelos funcionários foi de R$ 13,3 mil, sendo R$ 7.500 na primeira parcela, em junho, e o restante (R$ 5.800) em janeiro deste ano.

A empresa foi procurada pelo Diário para comentar sobre as negociações, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.

CRISE

Assim como toda a indústria no País, o setor automobilístico está enfrentando retração. Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), 210 mil unidades foram produzidas no Brasil em maio, mesmo patamar registrado em 2005. A estimativa, no fim do mês, era de que 361,1 mil carros estivessem armazenados nos pátios das montadoras, estoque que precisaria de 51 dias para ser esvaziado.

Para tentar adequar a produção, a GM paralisou a produção toda durante 28 dias deste mês – retornando no dia 29. Além das férias coletivas, cerca de 1.400 empregados estão em lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho).

Demitidos da Mercedes farão ato na Câmara

Grupo de 500 trabalhadores demitidos da fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo fará ato na Câmara Municipal na manhã de hoje para cobrar dos vereadores ações para estimular a direção da empresa a retomar as negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Os cortes foram anunciados no fim de maio e estavam previstos para serem efetivados até o dia 1º deste mês. Desde a semana passada, os operários estão acampados em praça localizada em frente à unidade da montadora na cidade, no bairro Pauliceia.

“Queremos pressionar a empresa para que reverta as demissões e volte à mesa de negociações para discutir alternativas. Vamos buscar apoio dos vereadores para que tentem intervir”, explica o diretor do sindicato Angelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max, coordenador da comissão de fábrica da Mercedes.

Amanhã, o grupo participará da sessão na Câmara de Diadema, a partir das 15h.

ASSEMBLEIA

Será realizada amanhã, às 18h, assembleia para aprovação da pauta de reivindicações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (que abrange as cidades de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra). O evento ocorrerá na subsede da entidade em Diadema, localizada na Avenida Encarnação, bairro Piraporinha.




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