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O Brasil é feito de imigrantes
Por Nayara Fernandes
Especial para o Diário
20/06/2010 | 07:02
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Na sexta (25), comemora-se o Dia do Imigrante, data que homenageia as pessoas que deixam o país de origem para viver em outro lugar. No Brasil, isso começou com a chegada dos colonizadores portugueses, em 1500, e dos primeiros escravos, a partir de 1530. Mas intensificou-se no século 19, com os grupos de italianos e alemães, entre outros, que vieram trabalhar na agricultura para substituir a mão de obra escrava após a abolição.

As pessoas vão morar em outro país, em geral, em busca de melhores condições de vida, para estudar, trabalhar ou mesmo fugir da guerra e da fome. No fim do século 19, o Japão enfrentava graves problemas econômicos e firmou acordo com o Brasil para facilitar a imigração de seu povo para cá.

Como os demais, eles chegavam de navio. A maioria vinha para o Porto de Santos e era levada de trem para as regiões de cultivo de café, principalmente no interior de São Paulo. Em um desses navios estavam os bisavós de Willy Ebihara Okubaro, 9 anos, e Meiri,13, que nasceram no Japão e repetiram o trajeto dos antepassados. Em 2006, os irmãos vieram morar em Santo André.

Mesmo com pai e avós brasileiros, eles demoraram para se adaptar aos costumes. Falar português era o mais difícil, pois no Japão não aprenderam o idioma paterno (a mãe é da Indonésia). "No início, fizemos uma ‘colinha' com as palavras para poder falar com a professora na escola", conta Meiri. Apesar das dificuldades, Willy garante que gosta do Brasil, mas sente falta do país onde nasceu. "Adoro os jogos, os lugares e as músicas de lá", justifica. Eles contam que sempre foram bem recebidos e que os brasileiros são muito simpáticos.

MISTURA DE MUITAS CULTURAS DIFERENTES
O povo brasileiro é formado por descendentes de imigrantes que vieram para cá. Fora eles, há os índios, que formavam a população original do País. Os imigrantes influenciaram o modo como nos alimentamos, nos vestimos e falamos. O samba, por exemplo, foi trazido pelos africanos, enquanto que o hábito de comer verduras e legumes veio dos japoneses (a maioria era agricultor no Japão).

O Brasil, inclusive, é o país com maior número de japoneses fora do Japão. Isso também acontece com os chamados ítalo-brasileiros, que formam a maior população de descendentes de italianos fora da Itália. O mesmo ocorre com os espanhóis e os portugueses, que são as maiores colônias fora do seu país. Aqui os portugueses deixaram a agricultura para se dedicar a pequenos negócios, como mercearias e padarias.

Os alemães representam a segunda maior comunidade alemã fora da Alemanha. Mas também recebemos imigrantes da Holanda, da República Tcheca, da Polônia, da Rússia e de países árabes, entre outros. Nas últimas décadas, o Brasil também recebeu muitos africanos que deixaram sua terra natal após os processos de independência, além de gente vinda de países mais pobres da América Latina, como Bolívia.



Sabe quando seu antepassado chegou?
O Memorial do Imigrante reúne informações sobre a imigração no Estado de São Paulo, com exposição de objetos, a história da ferrovia e do ciclo do café. Funciona numa antiga hospedaria que recebia os estrangeiros que chegavam à Capital no início do século passado.

Lá, o visitante embarca no túnel do tempo e pode andar de Maria-fumaça e descobrir a origem do sobrenome da família. No site do Memorial (www.memorialdoimigrante.sp.gov.br) também é possível fazer a pesquisa de graça. Basta colocar o sobrenome no local indicado e fazer a busca. Se a família participou do programa de imigração oferecido pelo Brasil, o sistema informa o nome do primeiro imigrante e quando chegou.




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