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Conversa com a presidente

Márcio Bastos de Queiroz, 39 anos, psicólogo de Belém (PA) - O slogan do seu governo é ‘País rico é país sem

Dilma Rousseff
19/04/2011 | 00:00
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Márcio Bastos de Queiroz, 39 anos, psicólogo de Belém (PA) - O slogan do seu governo é ‘País rico é país sem pobreza'. Mas ainda temos muitos pobres pelas ruas, pedindo esmolas. A senhora vê um prazo para que se consiga mudar esse cenário?

 

Presidenta Dilma - Márcio, você sabe que nos últimos anos fui ministra do governo do ex-presidente Lula. Nestes 8 anos, fizemos muito pela redução da desigualdade - milhões de famílias deixaram a pobreza. Mas é verdade, como você diz, que ainda há muitos pobres no país. Por isso, decidi iniciar o meu governo organizando um programa para ampliar o trabalho que fizemos no governo anterior e preparar o país para mais um grande esforço de redução da pobreza extrema. O programa, com a participação de vários ministérios, vai prever iniciativas de transferência de renda, de formação profissional, de assistência ao pequeno produtor no meio rural, de educação infantil, entre muitas outras. Essa é a nossa prioridade. Mas você sabe, Márcio, que a principal forma de diminuir a pobreza é manter o país crescendo, o que aumenta a oferta de empregos e a renda das famílias. Por isso, vou cuidar com muita dedicação do controle da inflação, dos investimentos em infraestrutura e do incentivo permanente ao crescimento. Alguns programas têm um forte potencial de gerar empregos e de melhorar a vida dos mais pobres. O mais importante deles é o Minha Casa, Minha Vida, que já gerou um milhão de contratos para a construção de moradias para famílias de baixa renda. Sei que é bastante difícil esse trabalho. Mas tenho certeza que terei apoio de todo o país, e de pessoas como você, para conseguir alcançar esse objetivo.

Edite de Oliveira Ferreira, 61 anos, pensionista de Recife (PE) - Quais políticas públicas a senhora vai criar voltadas para as mulheres? O que vai ser feito, principalmente no setor de empregos?

 

Presidenta Dilma - Edite, embora o governo esteja apenas começando, nós já criamos e estamos implementando políticas públicas importantes de apoio às mulheres. Lançamos o Rede Cegonha, investimento de R$ 9,4 bilhões até 2014, que vai garantir tratamento humano e eficiente pelo SUS para mães e bebês, desde a confirmação da gravidez. Anunciamos várias medidas para enfrentar um dos mais graves problemas de saúde da mulher: o câncer de mama e o de colo do útero. Vamos investir R$ 4,5 bilhões, entre outros pontos, em campanhas de esclarecimento, no diagnóstico e tratamento, na criação de 50 novos centros de atendimento e em 32 novos serviços avançados em hospitais habilitados. Recentemente, assinei acordo para a construção de 718 creches, das 6 mil que serão criadas até o final do mandato. As creches permitem que a mulher saia tranquila para trabalhar porque seus filhos serão bem cuidados. Além disso, garantem às crianças de 0 a 3 anos toda a atenção pedagógica para que elas cheguem à idade escolar em melhores condições de aprendizagem. Temos várias outras iniciativas que favorecem a ocupação da mulher como, por exemplo, o Trabalho e Empreendedorismo da Mulher, programa de apoio à criação de seus próprios negócios.

José Miranda, servidor estadual de Goiânia (GO) - Qual projeto a senhora tem para o trânsito brasileiro? Sabemos que ainda persiste a indústria da multa, os balcões de negócio para se habilitar e que a maioria das cidades brasileiras apresenta erros gravíssimos de engenharia de trânsito.

 

Presidenta Dilma - O governo federal tem a atribuição de regulamentar o trânsito e de promover a educação no trânsito. A fiscalização, autuação e aplicação de penalidades nas cidades e estradas não federais são de competência dos órgãos estaduais e municipais. Isso não significa que cada um dos três níveis de governo esteja atuando de maneira isolada. Pelo contrário, o governo anterior criou o Comitê Nacional de Mobilização pela Saúde, Segurança e Paz no Trânsito, formado por vários ministérios, secretarias, Poder Legislativo, órgãos públicos estaduais e municipais, além de ONGs e outras instituições da sociedade civil. O Comitê está elaborando o Plano Nacional de Redução de Acidentes e Segurança Viária para a Década 2011-2020. O Plano, com medidas para reduzir as lesões e mortes no trânsito, vai prever ações de fiscalização, educação, saúde, infraestrutura viária e segurança veicular. Esta iniciativa está alinhada com a Resolução das Nações Unidas que proclamou o período de 2011 a 2020 como a Década de Ações para a Segurança Viária, com o objetivo de diminuir drasticamente os acidentes de trânsito em todo o mundo.




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