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Chefes de Estado fazem exigências para convençao no Rio
Por Do Diário do Grande ABC
19/06/1999 | 14:59
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Um pediu lírios no quarto. Outro quer vodca finlandesa no congelador. O que nao falta nos hotéis de luxo da orla do Rio, além de apartamentos vagos, é lista com exigências de chefes de Estado ou de Governo. A partir do fim de semana que vem, 48 deles estarao participando da Cimeira e - com suas delegaçoes - esgotaram os quartos especiais de sete hotéis da orla, desde o Caesar Park, em Ipanema, até o Glória. Hoteleiros estao no maior corre-corre para terminar os preparativos das suítes e, principalmente, para atender os pedidos.

Fidel Castro, que vem com a maior comitiva - 200 pessoas - pediu à direçao do Othon Palace para importar da Bahia, a equipe que o atendeu ano passado no hotel da rede, em Salvador.'Fidel fez uma só exigência: queria as duas recepcionistas``, contou a assessora de imprensa do Othon, Maria Alice Nunes. As preocupaçoes com segurança, porém, continuam. Cuba terá três andares do Othon. Sabendo do temor do presidente quanto a envenenamento - afinal, a CIA já tentou - o hotel montou uma cozinha especialmente para o chef particular que sempre acompanha Fidel.

Cada um com suas manias. O primeiro-ministro da Itália Massimo D'Alema nao dispensa um cafezinho - expresso ou capuccino. Em seu quarto, quer uma máquina de café da marca italiana Lavazza, além de quatro tipos de vinhos - italianos. O primeiro-ministro da Finlândia, Paano Lipponem, também quer se sentir em casa, na suíte de 250 metros quadrados do Le Meridien, em Copacabana. Para brindar pediu a tradicional vodca de seu país, Finland. Já seu colega de hotel, o presidente peruano, Alberto Fujimori, chegou ao requinte de escolher as flores que irao enfeitar o quarto presidencial redecorado recentemente por Chicô Gouvêa: lírios.

A sofisticaçao nao tem limites. 'Para evitar possíveis gafes, estamos dando um curso, de protocolo e história dos países, para todos os funcionários', diz o diretor de vendas e marketing do Le Meridien, Orlando Giglio. Aprenderam, por exemplo, que nao se deve cumprimentar um hóspede de país nórdico embaixo do portal. 'É como, para nós, passarmos debaixo de uma escada. Dá azar``, explica. 'Muito menos, colocar flores brancas nos quartos. Eles as usam em enterros``, completa Orlando que, por exigências de outros hóspedes estrangeiros, trocou o kit usual de perfuminhos Hérmes por fragrâncias brasileiras, como a lavanda.

Na outra ponta da Praia de Copacabana, no Sofitel - Rio Palace, o francês Jacques Chirac inaugurará a suíte presidencial de 420 metros quadrados decorada por Christiane Bally e Maurício Nóbrega. Sao dois andares exclusivos com vidros blindados, três quartos, dois livings, sala de jantar, closet e dois banheiros. Para dar um ar mais carioca ao ambiente decorado com móveis brasileiros antigos, as paredes têm painéis com ilustraçao de palmeiras e nos corredores tapete gráfico imitando as ondas de pedras portuguesas do calçadao de Copacabana. Para administrar a casa brasileira, Chirac, traz seu mordomo particular.

A conta -O preço de tabela deste quarto é de US$ 2,5 mil (R$ 4.250) por dia. Quem pagará a conta da hospedagem dos presidentes é o anfitriao - o governo brasileiro. O preço e tamanho da mansao franco-brasileira só perde para a suíte imperial do presidente mexicano, Ernesto Zedillo, no cinco estrelas Ceasar Park, em Ipanema. Presidente do Grupo do Rio, bloco dos países latinos na negociaçao com a Comunidade Européia na Cimeira, Zedillo terá um andar inteiro, 450 metros quadrados, com vista de 270 graus para o mar de Ipanema.

Além de frutas brasileiras, todas as tarde, um mini coquetel com canapés variados, sucos, café e chá, serao servidos no apartamento, de três quartos, escritório e sala de jantar com mesa para quatorze pessoas. A conta só do quarto, é de R$ 5,8 mil diários. No andar abaixo, na suíte presidencial de 100 metros quadrados, por R$ 1.950 se hospedará o presidente argentino Carlos Menem. Apesar de menor, as mordomias da suíte mais luxuosa foi estendida para os outros quartos dos presidentes. O Itamarati vai gastar entre R$ 4 milhoes e R$ 4,5 milhoes, incluindo todas as despesas de organizaçao.




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