Não é uma nova cantora que surge, afinal, Tatiana Parra, 29 anos, carrega no gogó bagagem de dar inveja a muita gente experiente. No palco, ela já dividiu vocal com artistas do quilate de Ivan Lins, Omara Portuondo, Rita Lee, Sandy & Júnior e outros.

O que surge, com o lançamento de "Inteira" (selo Borandá, R$ 25 em média), é uma cantora em exercício de plenitude.

Primeiro álbum solo de Tatiana, que participa como vocal de apoio em mais de 30 discos, ele consolida a chegada de um delicado e afinado timbre ao escalão das cantoras nacionais.

Em versos como "essa mesma imensidão em mim/ enfim inteira" e "outra voz/ outro tempo, renasci desde dentro" da faixa homônima à bolachinha, já se evidencia que, depois de muito maturar, Tatiana se lança ao mercado pronta.

Pelas 11 canções, o uníssono é a suavidade. Exemplo é Bandeira (Sérgio Santos e Paulo César Pinheiro), com luxuosos arranjos e participação de César Camargo Mariano. Abrindo a Porta (Pedro Altério e Pedro Viáfora), que abre o disco, marca um dos momentos mais belos. Pra fora, a canção é como um hino e uma oração, em que a cantora prova que tem vozeirão para exprimir o desejo de viver livre e feliz.

Com exceção de três clássicos - "Amor de Parceria" (Noel Rosa), "Testamento" (Milton Nascimento e Nelson Ângelo) e "Sabiá" (Chico Buarque e Tom Jobim), nos quais ela foge à regra das outras canções, caindo no samba na primeira, ressurgindo densa na segunda e dramática na próxima -, a maioria das letras é de jovens compositores, algumas em parceria com Tatiana. Entre eles, Dani Gurgel, Pedro Viáfora e Giana Viscardi.

No dia 20 de agosto a cantora tem apresentação marcada no Sesc São Caetano.