O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), recebeu na manhã desta sexta-feira a promessa do juiz Roberval Belinati, da 1ª Vara Criminal do Distrito Federal, de que receberá dentro de alguns dias os documentos levantados contra o ex-senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), colhidos pela Polícia Civil durante a 'Operação Aquarela' – que investiga o desvio de recursos do BRB (Banco de Brasília).

"Fui pedir o restante [dos documentos] para formar o processo por inteiro e deixá-lo no Conselho de Ética para o futuro, caso sejam necessárias algumas informações", disse Tuma, ao deixar o encontro com Belinati.

Roriz renunciou ao mandato na última quarta-feira, após a Mesa Diretora acatar uma representação do P-Sol contra ele e autorizar a abertura de um processo por quebra de decoro parlamentar junto ao Conselho de Ética. Com isso, o ex-senador manteve os direitos políticos intactos e poderá, sem qualquer tipo de restrição, se candidatar a qualquer cargo público já nas eleições de 2008.

Joaquim Roriz foi flagrado pela Polícia Civil em uma conversa telefônica com um ex-presidente do BRB negociando a partilha de um cheque de R$ 2,2 milhões, emprestado pelo presidente do Conselho Administrativo da Gol Linhas Aéreas, Constantino Oliveira. Porém, de acordo com o ex-senador, ele descontou o cheque, pegou apenas R$ 300 mil emprestados – para supostamente pagar a compra de uma bezerra arrebatada em um leilão – e devolveu o R$ 1,9 milhão restante a Constantino.

Uma reportagem da revista 'Veja' (Editora Abril) desta semana afirma que o dinheiro não seria utilizado para pagar uma bezerra, mas sim 'quitar' um suborno a dois ministros do TRE-DF (Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal). Os dois ministros teriam ajudado a Roriz escapar de um processo eleitoral referente a ultima eleição, quando deixou o governo do DF para buscar uma cadeira no Senado.