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Álcool não deve aumentar até dezembro
Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
04/09/2008 | 07:05
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O álcool combustível, também conhecido como álcool hidratado, não deve influenciar na inflação do País, já que seu preço deve se manter estável pelos próximos três meses. Após esse período, deverá sofrer reajuste, pois, segundo anúncio da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), a safra 2008/09 será inferior ao previsto anteriormente.

Para Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica, o fato de ter 10,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar a menos refletirá em uma menor oferta, e com certeza deverá influenciar no preço do álcool. "Mas não haverá grandes alterações", afirma, já que a quantidade a menos representa apenas 2,1% do total. "Só teremos um cenário em meados de novembro ou dezembro", quando será possível mensurar a elevação, que também dependerá da demanda pelo combustível.

Para o Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMR), a informação é vista com ressalvas, pois se faltar no álcool no mercado, fatalmente o preço será alterado. "E é o varejo quem vai arcar com o prejuízo", diz Roberto Rodrigues, assessor especial da entidade.

O reajuste deverá ocorrer mais para frente porque as distribuidoras ainda estão fornecendo combustíveis provenientes da primeira metade da safra 2008/09, que saiu sem perdas na produção.

A redução da safra se deveu, entre outros motivos, ao clima desfavorável, com o regime de chuvas que afetou o aproveitamento de tempo de moagem e o adiamento no início de atividades de algumas novas usinas.

ESTABILIDADE - Com base no levantamento semanal realizado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), no Grande ABC os preços dos combustíveis têm se mantido estáveis durante a última quinzena.

A excessão ficou por conta de alguns postos revendedores, que compraram álcool com leve alta de 5%. É o caso do Posto das Acácias, em São Bernardo. Mas, segundo Fátima Bonifácio, gerente da loja, o preço foi mantido para que continue competitivo. "Só vamos mexer no valor do litro se a concorrência também o fizer", avisa.

ÁLCOOL VANTAJOSO - Na região, o álcool traz uma enorme vantagem ao consumidor. Para que valha a pena abastecer com o álcool, ele tem de custar até 70% do valor da gasolina. Isso porque, conforme explica Pádua, um litro de álcool percorre 7 quilômetros, enquanto que a mesma quantidade de gasolina é suficiente para 10 km. E quanto menor for esse percentual, maior é o ganho de quem abastece com o etanol.

Em Diadema, por exemplo. onde o litro do álcool está em média R$ 1,21 frente a R$ 2,32 da gasolina, se tem a maior vantagem ao se abastecer com álcool, pois o preço do etanol atinge 52,1% do derivado do petróleo.

Já em Ribeirão Pires, em que o litro do álcool está R$ 1,30 e o da gasolina, R$ 2,36, a diferença diminui, atingindo 55%. Ainda assim é vantajoso abastecer com álcool. De acordo com a Unica, na região Centro-Sul 88% operam com preços de etanol inferiores a 65% do preço da gasolina.




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