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Prefeitura de Mauá demite 360 funcionários da Saúde

A demissão, anunciada quarta-feira, deve prejudicar ainda mais o atendimento aos pacientes na cidade

Por Isis Mastromano Correia
Do Diário do Grande ABC
30/10/2008 | 07:02
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A demissão de cerca de 360 funcionários no setor da Saúde em Mauá, anunciada ontem, deve prejudicar ainda mais o atendimento aos pacientes na cidade, já tumultuado pelas crises no abastecimento de remédios, falta de materiais de trabalho e cancelamento de exames laboratoriais.

Entre os cerca de 720 auxiliares de enfermagem, enfermeiros, médicos e agentes de Saúde do PSF (Programa Saúde da Família), metade foi tirada de seus postos.

Os cortes ocorreram em todas as nove USF (Unidades de Saúde da Família) de Mauá.

Cada posto contava com cerca de 80 funcionários. Agora, os atendimentos passarão a ser feitos com metade do contingente em cada unidade.

Instaladas estrategicamente nos bolsões mais pobres da cidade, as demissões afetam sobretudo a população do Jardim Feital, Parque das Américas, Jardim Kennedy, Zaíra 1, Paranavaí, Jardim Primavera, Jardim Capuava e Jardim Oratório, além dos moradores do condomínio Barão de Mauá, no Parque São Vicente, que contam com uma unidade.

Para se ter uma idéia, somente na USF Oratório, 37 pessoas foram demitidas, conforme disseram os funcionários remanescentes.

As USFs têm atendimento diferenciado das UBSs (Unidade Básica de Saúde). As equipes são compostas, no mínimo, por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e seis agentes comunitários de Saúde e, de acordo com o Ministério da Saúde, cada grupo de profissionais deve se responsabilizar pelo acompanhamento de cerca 1.000 famílias de uma determinada área.

A Secretaria municipal de Saúde não esclareceu quantas pessoas são atendidas pelo programa em Mauá. Em nota, a Prefeitura informou apenas que as demissões das USFs são fruto de um corte de gastos na folha de pagamento dos funcionários que estaria muito alta para o atual orçamento.

Os funcionários retrucam e dizem estar sofrendo perseguição política por não terem ajudado os candidatos governistas na campanha eleitoral.
Agentes de combate à dengue também foram demitidos. "Logo agora que é época de intensificar os trabalhos", reclama Terezinha de Jesus Cordeiro Silva, que perdeu o emprego.

O Secretário de Saúde, Valdir Russo, foi procurado pela reportagem, mas não foi localizado.




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